Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Frederico, Gisele |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27161/tde-12112024-131837/
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Resumo: |
A análise de uma obra de arte busca entender, entre outras coisas, de que forma as conjunturas sociais influenciam o modo como o artista experencia e apreende o mundo em seu processo criativo e discursivo. No entanto, investigações feitas a partir de uma obra finalizada e exposta ao público tendem a não captar plenamente as sensações e os sentimentos envolvidos no processo de criação artística. Esta tese se propõe a identificar como o locus social e as vivências culturais influenciam sensorialmente um artista durante sua criação, refletindo sobre a prática de pesquisa no campo das artes. Adotamos as vivências femininas como ponto de partida para investigar processos criativos e analisar o próprio conceito de feminino, visando compreender de que forma a arte pode servir como instrumento de contestação ao pensamento binário patriarcal. Para tanto, o estudo examina a prática artística e pedagógica de Mika Rodrigues, coreógrafa de danças tradicionais afro-brasileiras com forte influência do candomblé iorubá, especialmente o ketu. Durante a pesquisa, mantivemos contato direto com a artista para registrar suas aulas e captar material para a produção de videoensaios. Também ingressamos no coletivo Odara Ará, coordenado pela própria coreógrafa, para acompanhar seu processo criativo e pedagógico. A linguagem audiovisual foi utilizada como meio de acesso às movimentações propostas por Mika e também como metalinguagem crítica para compreendermos os mecanismos de atualização cultural em sua criação e nos vídeos da autora. Nesse sentido, os videoensaios são parte do processo (e não objeto) de análise. Da mesma forma, são construídos a partir da atualização de códigos do início do cinema, como tela preta, transparência e sobreposição, câmera subjetiva e voz em off. A produção dos videoensaios e análise das gestualidades de Mika nos permitiram identificar textos semióticos matriarcais e de oralidade atualizados em sua dança. Além disso, o encontro criativo entre a artista e a pesquisadora possibilitou a identificação de diferentes corpos que materializam esses textos culturais nas movimentações de Mika. São eles: corpo-balaio, corpo-água, corpo-mãe, corpocircular e corpo-trabalho. Conforme pudemos constatar, tais corpos são sensorialmente e culturalmente motivados e compõem um corpo-arte feminino fluido, que questiona os paradigmas de ação cultural da sociedade patriarcal. |