Matocompeticao e comportamento de baixas doses de herbicidas, na cultura da soja [Glycine max (L.) Merrill]

• Ano de defesa: 1983
• Autor(a) principal: Durigan, Julio Cezar
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: COMPETIÇÃO; HERBICIDAS; PLANTAS DANINHAS; SOJA
• Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20210104-174229/

Visando a estudar a influência do período de competição das plantas daninhas sobre alguns parâmetros de produção da cultura da soja, foram instalados experimentos de campo com os cultivares Santa Rosa e IAC-2 em dois tipos de solos, Latossol Roxo e Latossol Vermelho Escuro - fase arenosa, no município de Jaboticabal, Estado de São Paulo, Brasil. Foi estudado também a possibilidade de redução nas doses recomendadas de herbicidas, isolados ou em misturas, sem afetar a produção ou outras características desejáveis da planta, para o cultivar Santa Rosa em Latossol Vermelho Escuro - fase arenosa. Para os experimentos de competição, o delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, sendo os cultivares mantidos sem e com competição das plantas daninhas por períodos cujas extensões foram 0, 10, 20, 30, 40, 50 e 60 dias após a emergência. Os experimentos de redução das doses dos herbicidas também foram Instalados em blocos ao acaso, com 20 tratamentos e três repetições, testando-se a dose total recomendada e reduções de 25% e 50% dela, para o trifluralin, alachlor e metribuzin, isolados e em misturas. As doses recomendadas foram 0,86; 1,72 e 0,28 kg/ha de trifluralin, alachlor e metribuzin, respectivamente. Com base nos resultados obtidos, pode-se chegar algumas conclusões:1) O período mínimo do início do ciclo que deve ser mantido livre de competição é de 30 a 40 dias após a emergência para o cultivar Santa Rosa e de 50 dias para o “IAC-2”; 2) Para os dois cultivares, a produção de grãos foi efetivamente aumentada após o 20º dia sem competição no solo Latossol Roxo e 30º dia no solo Latossol Vermelho Escuro- fase arenosa, atingindo um valor máximo no 50º dia para o “Santa Rosa” e ao redor do 60º dia para o “IAC-2”; 3) No ano agrícola de 1977/78 (solo Latossol Roxo) , a competição durante os primeiros 20 dias após a emergência causou perdas de produção em ambos os cultivares, entretanto, no de 1978/79 (solo Latossol Vermelho Escuro - fase arenosa) este período foi de 40 dias, mostrando a importância das interferências edafo-climáticas e das diferentes espécies daninhas, no processo de competição; 4) Dentre todos os parâmetros relacionados à produção de grãos, o número de vagens por planta foi o mais afetado pela competição das plantas daninhas; 5) Um curto período inicial (10 a 20 dias) livre de competição, foi suficiente para que os teores de proteína, extrato-etéreo e cinzas se mantivessem dentro dos valores normais esperados para estes cultivares; 6) As maiores produções de soja, obtidas com as misturas de trifluralin + metribuzin e alachlor + metribuzin na dose total recomendada, foram estatisticamente iguais às obtidas com estes mesmos herbicidas aplicados com a dose padrão reduzida em 25%. Desta forma, de acordo com as conveniências econômicas e eco16gicas, sugere-se que a recomendação atual destes tratamentos seja feita com as doses reduzidas em 25%, nas condições de desenvolvimento da presente pesquisa; 7) As misturas com doses reduzidas, de triflural in + metribuzin (0,65 + 0,21 kg/ha) e alachlor + metribuzin (1,44 + 0,21 kg/ha), apresentaram controle geral das plantas daninhas acima de 90% até o 60º dia após a semeadura, sem apresentar fitotoxicidade ou efeitos deletérios sobre a nodulação da soja; 8) O controle das plantas daninhas obtido com a redução de 25% nas doses destas misturas, foi equivalente ao da testemunha capinada e proporcionou valores similares nos teores de proteína, extrato-etéreo e cinzas, peso de 100 grãos, número de grãos por vagem, altura da planta e altura da inserção da vagem mais baixa. Além disso, proporcionaram bons resultados relativos ao total de matéria seca da parte aérea (caule+ramos, folhas e vagens), Índice de Área Foliar (IAF) e teores de macro e micronutrientes; 9) Estes estudos, relativos a determinação das doses, deve ser regional, bastante integrado com o sistema de produção e de acordo com os tipos de solos, os cultivares de soja, o clima, as outras praticas agrícolas, as espécies daninhas, os fatores ecológicos e os custos.