Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Barbosa, Antonia Faro Agostinelli Peixoto |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-08022010-125359/
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Resumo: |
Em nosso trabalho buscamos compreender a relação entre literatura e conhecimento do real em Jean-Paul Sartre e suas conseqüências para a ação moral, pois desta abordagem resulta o engajamento do leitor em face daquilo que foi desvendado por ele. Assim, devemos esclarecer direta ou indiretamente dois conceitos centrais da obra sartriana: o de ação por desvendamento e o de realismo, o que exige o deslocamento de conceitos tradicionais de seus locais originais, redefinindo uma nova constelação que operará um novo método. A dissertação desenvolve-se, então, em quatro partes. Na primeira, visamos o conceito de conhecimento como desvendamento, analisando passagens das obras O ser e o nada (Être et néant 1943) e, principalmente, Verité et existence (1948). A verdade passa, a partir da leitura destas obras, a ser considerada não como uma forma axiomática, mas como experiência da contingência. Daí a mudança necessária no método filosófico e o embate contra determinada tradição a das chamadas filosofias digestivas. Na segunda parte, com base principalmente nos ensaios Que é a literatura? (Quest-ce que la littérature - 1947) e Lartiste et sa conscience, vemos como as outras artes (à exceção da prosa) não se constituem para Sartre como movimentos privilegiados da experimentação e verificação do conhecimento da realidade. Na terceira parte, abordamos propriamente o conteúdo ontológico da linguagem que funciona como modo de visar o ser através da ausência e observamos como estas relações conduzem à questão moral, pois é pelo olhar do outro que o dom (o que foi verificado e estabelecido por uma comunidade) readquire o sentido de novo desvendamento e, nesta perspectiva, é a ação do leitor, que faz o papel do outro da linguagem, que terminará a obra literária tanto no sentido da criação como no da ação moral. Por fim, na parte quatro, propomos como exemplo do modo de visar o real do desvendamento e da prosa a interpretação de um conto de Franz Kafka, Tribulação de um pai de família (1919), baseada nos conteúdos abordados nas partes anteriores. |