Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Lívea Pires Martins de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-04012016-151345/
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Resumo: |
Introdução: as comunidades religiosas fornecem um sistema de significados que impregna as relações familiares com conteúdo espiritual duradouro e sensação de pertencimento, prevendo sanções, reforçando a coesão entre os membros, resolvendo conflitos, além de identificar e perseguir os objetivos desejados coletivamente. O papel da religião, nesse contexto, não se restringe apenas ao âmbito sociocultural e comportamental, exercendo influência significativa na constituição da personalidade do indivíduo ao longo do ciclo da vida e, principalmente, no desenvolvimento infantil. A Vila Céu do Mapiá é uma comunidade formada por membros da religião brasileira Santo Daime. Situada no interior da Floresta Amazônica, no município de Pauini, Estado do Amazonas, é considerada a sede mundial da religião daimista. Objetivos: considerando o desenvolvimento infantil como um processo ativo e dependente da interação entre a criança e o ambiente, e admitindo que uma das principais influências sobre o desenvolvimento reside no processamento interno que a criança faz das experiências que vive, esta pesquisa apresenta uma sistematização dos resultados de estudos que analisaram o perfil psicológico de crianças participantes da doutrina do Santo Daime residentes na Vila Céu do Mapiá, relativos ao desenvolvimento emocional e cognitivo, visando contribuir para um melhor conhecimento das condições psicológicas das crianças e auxiliar em planejamentos de eventuais serviços de saúde mental na região. Método: foram avaliadas onze crianças com idade entre 6 e 9 anos, sendo aplicado o Teste das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven (Escala Especial), para selecionar crianças sem indicadores de limitação intelectual; a Lista de Verificação Comportamental para Crianças (CBCL), para avaliar ausência de tratamento psicológico, neurológico e/ou psiquiátrico no último ano, complementada por informação referida por pais e/ou responsáveis em questionário de histórico pessoal. Garantiu-se assim uma amostra de crianças que apresentaram, dentro da disponibilidade de informação, índices de desenvolvimento típico da faixa etária. Cada protocolo de Rorschach coletado foi codificado por três juízes independentes, com posterior análise da concordância entre avaliadores. Resultados e discussão: a análise do Rorschach priorizou as variáveis de autopercepção, aspectos cognitivos e relacionamento interpessoal. Os resultados indicaram que as crianças apresentam adequação às convenções da realidade, com boa capacidade de abstração, simbolização e reflexão. Também foram identificados baixos escores no autoconceito (autopercepção) e relacionamento interpessoal. A respeito destes índices, é importante mencionar que valores baixos podem ser consequência da forma específica de interação cultural com demandas coletivas altas e baixo senso de eficácia, intensificados pelo alto senso de dever e disciplina, basilares desse tipo de comunidade rural e religiosa, em que as relações sociais são marcadas por comportamentos cooperativos e apropriados, nos quais a criança tende a antecipar relações favoráveis com o ambiente. Percebe-se ainda forte associação entre o contexto social no qual as crianças estão inseridas, as crenças relacionadas ao sistema cultural e as práticas de cuidado da criança |