De Mônadas a sistemas: individualidade e comunicação nos pensamentos de G. W. Leibniz e de Niklas Luhmann

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Luca, Felipe Augusto de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-22062015-133945/
Resumo: O conceito mônada no pensamento leibniziano guarda em si um aspecto fundamental que é o de expressão: este remete a pensar o indivíduo não só como dotado de uma lógica interna fenomênica como também pertencente a uma lógica metafísica baseada nos princípios de melhor e de causa final; interligados os princípios se refuta o dualismo cartesiano e se alcança, ao nosso ver, um novo conceito que é o de individualidade sistêmica. Isto abre ao filósofo alemão um universo relacional que leva a consequências importantes em âmbito metafísico, político, jurídico, linguístico, etc., mas, em suma sociológico, e que ficará patente em sua formulação do princípio place dautruy. Deste movimento reflexivo de se colocar no lugar do outro entende-se a reconstrução subjetiva das possibilidades externas no interior do próprio indivíduo, o que condicionará de modo singular a sua expressão. Estas elaborações de Leibniz darão os fundamentos para uma leitura organísmica e uma leitura organicista da sociedade. Contudo, enquanto a segunda leitura passa a sobrevalorizar a interdependência das partes enfatizando a cooperação de seus elementos, a primeira, mais próxima de Leibniz, passa a sobrevalorizar a interdependência enfatizando uma ordem anterior, que chamaremos de comunicativa. A esfera comunicativa, levando em conta o fechamento das mônadas, abrange uma pluralidade de perspectivas e expressões se mantendo harmonicamente descentralizada e, ao mesmo tempo, vinculativa. É nesta linha interpretativa que se concebe uma das raízes do pensamento sistêmico e da pós-ontologia social instaurada por Niklas Luhmann. Para o sociólogo alemão, o modelo leibniziano, sendo sistêmico, é o ponto alto de ruptura com o modelo interpretativo mecanicista de ciência embora não seja radical o bastante para romper com as imprecisões epistemológicas humanistas que impedem o avanço de uma ciência da sociedade. Para tal, é necessário levar em consideração o caráter de unidade dinâmica, relacional e autopoietica dos sistemas biológico, psíquico e social e, quanto a este último, o seu caráter fundamentalmente comunicativo. Para este corte metodológico denominado anti-humanista nos parece que Luhmann requisita certos conceitos do pensamento leibniziano, a saber, o fechamento, o place dautruy (incorporado pela cibernética) e a expressividade, para a elaboração de seu modelo funcional-estruturalista de compreensão da complexidade que permeia a sociedade moderna.