O potencial dos vírus como etiologia de fator ambiental em fissuras orofaciais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Messias, Thiago Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/61/61132/tde-25042023-163940/
Resumo: Vírus são organismos parasitas acelulares que infectam todos os ramos da árvore da vida. Associados majoritariamente às doenças humanas, também são agentes de infecções congênitas, com seu potencial patogênico ainda incerto, e nem de longe totalmente explorado. As fissuras orofaciais (FOs) são malformações congênitas ocasionadas pelo não fusionamento tecidual durante o período embrionário. Sua etiologia complexa e multifatorial (FOs não sindrômicas) também seguem em exploração, raras quando relacionadas a vírus. Portanto nosso objetivo foi analisar o potencial de atuação dos vírus que infectam a espécie Homo sapiens como etiologia ambiental de FOs de forma histórica e coevolutiva. Para a parte histórica foi realizada uma revisão de literatura e para a parte experimental foi desenvolvido e adaptado um score para avaliação qualitativa do potencial viral de causar fissuras orofaciais, considerando aspectos de literatura, similaridade nucleotídica, similaridade de aminoácidos e presença de Endogenous Viral Elements (EVEs). Para tal foram utilizados os diversos pacotes algoritmos do software Basic Local Alignment Search Tool (BLAST) e os bancos de dados do National Center for Biotechnology Information (NCBI) e do International Committee on Taxonomy of Viruses (ICTV). Concluímos que a história dos vírus e das anomalias, em especial as FOs de forma isolada, são extensas e remontam as diversas mitologias, todavia a temática da relação entre os vírus e FOs, não contém muitos dados históricos científicos e possuem ainda um longo caminho a ser investigado, principalmente no que se refere aos aspectos etiológicos. Na questão experimental evidenciamos que há um potencial nas classes virais de Baltimore I, III e V com diferença significante para as classes II e IV (classes virais de acordo com seus processos de biossintese, divididos de I a VII). Independente da estratégia de biossíntese, vinte espécies virais apresentaram significância: Human coronavirus NL63, Rio Negro virus, Torque teno virus 12, Brisavirus, Cosavirus B, Torque teno mini virus 4, Primate bocaparvovirus 2, Human coronavirus HKU1, Monkeypox virus, Machupo mammarenavirus, Volepox virus, Souris mammarenavirus, Gammapapillomavirus 7, Influenza B virus, Lymphocytic choriomeningitis mammarenavirus, Ledantevirus kern, Influenza C virus, Betapolyomavirus hominis, Vesiculovirus perinet, Human betaherpesvirus 5. Também inferimos uma história coevolutiva indireta associando vírus e FOs (presença de EVEs) com os herpesvírus, papilomavírus e poxvírus que podem anteceder em períodos de até dezesseis milhões de anos atrás. Enfatizamos que o potencial etiológico viral em FOs é evidente, porém necessita de investigações retrospectivas e prospectivas com metodologias atuais e adequadas, para que não ocorranegligências nessa nova linha de pesquisa, bem como possa trazer novas possibilidades de prevenção.