Heterogeneidade de risco na modelagem de doenças infecciosas: um estudo de caso de malária na Bacia Amazônica.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Corder, Rodrigo Malavazi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/42/42135/tde-05092024-160601/
Resumo: Introdução: A heterogeneidade de risco de infecção por vários patógenos vem sendo documentada em diferentes populações humanas, com 20% dos hospedeiros tipicamente abrigando 80% da carga de patógenos nas comunidades. Modelos que não levam em conta as heterogeneidades de risco podem não recapitular adequadamente características importantes da dinâmica de transmissão de doenças infecciosas em regiões endêmicas. em diferentes populações humanas, com 20% dos hospedeiros tipicamente abrigando 80% da carga de patógenos nas comunidades. Modelos que não levam em conta as heterogeneidades de risco podem não recapitular adequadamente características importantes da dinâmica de transmissão de doenças infecciosas em regiões endêmicas. Objetivo: Investigar a heterogeneidade de risco na modelagem de doenças infecciosas usando dados de morbidade da malária em contextos endêmicos reais. Material e métodos: Residentes permanentes de Mâncio Lima, município com maior transmissão urbana de malária no Brasil, foram enumerados em um censo demográfico realizado entre novembro de 2015 e abril de 2016. Informações demográficas e socioeconômicas foram combinadas com registros de episódios clínicos para identificar fatores de risco associados a incidência elevada de malária no local. Devido a um desenho do estudo complexo, modelos de regressão binomial negativa terminados em zero e com efeitos aleatórios foram ajustados a dados super dispersos de episódios de malária. A dinâmica de transmissão ao foi descrita com um modelo susceptível-infectado-susceptível (SIS) considerando a heterogeneidade de risco local. O modelo foi ajustado simultaneamente _a densidade de incidência de malária vivax estrato cada por idade e _a distribuição de frequência do número de episódios de P. vivax. Episódios de malária vivax registrados em Mâncio Lima e Cruzeiro do Sul (município vizinho) foram utilizados para modelar o tempo de recorrência de malária em indivíduos de baixo risco. Para isto, analise de sobrevivência e riscos competitivos foram utilizados e a proporção de recorrências atribuíveis a recaídas foi quantificada. Resultados: Homens adultos foram identificados como o estrato populacional de maior risco. Moradias e residências precárias na periferia menos urbanizada da cidade também foram considerados importantes preditores do risco de malária. O modelo SIS com melhor ajuste indica que 20% dos hospedeiros compõem o estrato de alto risco da população, o qual contribui com 86% da carga de malária vivax. Esses indivíduos de alto risco desenvolvem gradualmente imunidade clínica e eventualmente constituem um reservatório infeccioso de indivíduos assintomáticos. Finalmente, estimamos que, uma vez infectado com P. vivax, 29,2% (95% CI: 19,8{40,2%) e 11,7% (95% CI: 4,6{20,6%) dos pacientes que receberam ou não, respectivamente, tratamento para parasitas da malária em estágio hepático, são suscetíveis a recaídas ou recrudescências tardias. Conclusão: A heterogeneidade de risco _e uma característica importante para a compreensão e modelagem adequada da dinâmica de transmissão da malária.