Detecção e caracterização moleculares de Astrovirus bovino na região centro-sul do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Candido, Marcelo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74131/tde-28012015-164030/
Resumo: As doenças entéricas associadas com diarreia, desidratação e perda de peso constituem um dos principais problemas da bovinocultura mundial, contribuindo para expressivos índices de morbidade e mortalidade, principalmente entre neonatos. Nesse contexto, exigências para o aprimoramento do diagnóstico laboratorial de doenças entéricas de natureza infectocontagiosa, tornaram-se constantes, face às perdas econômicas vinculadas. Entre os principais enteropatógenos virais, de distribuição mundial e história recente, destaca-se o astrovírus bovino (BoAstV), cuja primeira identificação data de 1978. BoAstV entérico induz diarreia principalmente entre neonatos e imunocomprometidos, tendo uma prevalência acima de 60% nas 5 primeiras semanas de vida dos animais. Devido à carência de dados a respeito da prevalência desse vírus no Brasil, o presente estudo foi realizado objetivando a detecção e caracterização moleculares de cepas de BoAstV em amostras fecais de bovinos com e sem diarreia de diferentes idades. O estudo foi conduzido a partir de 272 animais em diferentes estados do Brasil, obtendo-se 14,3% de positividade através de RT-PCR, sendo que 11 amostras, provenientes dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, foram submetidas ao sequenciamento nucleotídico. A similaridade entre as sequências deduzidas de aminoácidos das amostras obtidas foi maior do que 86,8%, quando comparadas umas com as outras, e situou-se entre 86,2 a 94,8% quando comparadas com sequências de outros BoAstV descritos. Nas reconstruções filogenéticas, 9 amostras agruparam-se conjuntamente em clado distinto de outros BoAstV, uma amostra (BoAstV-155-BRA) formou ramo parafilético a clado que agrupa tanto outros BoAstV como astrovírus de cervídeos e a amostra restante (BoAstV-267-BRA) formou ramo basal aos astrovírus bovinos e suínos. No entanto, o posicionamento das 2 amostras divergentes (BoAstV-155-BRA e BoAstV-267-BRA) não derivou de episódios de seleção positiva ou recombinação. Em síntese, os resultados obtidos indicam, de maneira inédita, a circulação de variantes de BoAstV entérico em rebanhos de estados da região centro-sul do Brasil.