Mapeamento da atividade cerebral de ratos submetidos aos estresses físico, psicológico e misto empregando [14C]-2-Deoxi-Glicose e expressão da proteína Fos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Schwerz, Janaína Paola
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47135/tde-08022021-150207/
Resumo: Os transtornos psiquiátricos têm sido relacionados a experiências de estresse. Modelos de estresse podem contribuir para o entendimento das bases neurobiológicas da depressão mas apresentam várias limitações. Este trabalho teve como objetivo investigar as bases neurais envolvidas em diferentes categorias de estresse agudo: físico (inalação de vapor de éter), psicológico (contenção) e misto (nado). Para isso, empregamos o mapeamento da atividade cerebral pelo acúmulo do traçador [14C]-2DG e pela transcrição da proteína Fos. Ratos Wistar machos adultos foram implantados permanentemente com cateteres intravenosos 7 dias antes dos protocolos experimentais para [14C]-2DG. Imediatamente antes do estresse, os animais foram injetados por via intravenosa com 50 micro-Ci de [14C]-2DG. Uma hora após a injeção, os animais foram decapitados e os cérebros processados para autorradiografia e densitometria óptica. As regiões de interesse foram identificadas com base no atlas de cérebro de Watson & Paxinos - 6ª Ed. A densitometria óptica empregou o sistema MCID Core 7. Além disso, avaliamos a expressão da proteína Fos a partir da técnica de imuno-histoquímica, com janela temporal de 2 horas após os estresses e também para o procedimento da canulação, em regiões selecionadas do paraventricular do hipotálamo e amígdala. Os resultados mostraram que as áreas envolvidas preferencialmente no controle emocional, como amígdala, áreas corticais límbicas e accumbens, mostraram aumento da captação de glicose no estresse psicológico. Por outro lado, o estresse físico afeta principalmente as áreas do hipocampo. As áreas hipotalâmicas foram estimuladas pelos dois estresses. Surpreendentemente, o estresse misto do nado induziu uma forte diminuição na captação de glicose em todas as áreas do cérebro investigadas. Quanto a análise da proteína Fos, houve um aumento da marcação nas regiões autonômicas PaDC e PaV após estresse físico. Na região PALM, houve um aumento da expressão da proteína Fos no estresse misto. Já na região PaMP, todos os estresses mostram aumento da atividade neural através da expressão da proteína Fos, ressaltando o envolvimento tanto do CRF quanto da AVP na estimulação do eixo HPA. Esses resultados apóiam resultados laboratoriais anteriores, mostrando que existem diferentes padrões de ativação cerebral com diferentes tipos de estresse. Para compreender os efeitos paradoxais do estresse do nado na distribuição cerebral de [14C]-2DG, empreendemos uma investigação adicional sobre a distribuição do marcador no cérebro, fígado e músculo de animais controles e estressados pelo nado. Observamos uma redução na glicemia em decorrência do nado, assim como um acúmulo maior do marcador no fígado. A avaliação dos músculos não foi conclusiva. O maior acúmulo de [14C]-2DG no fígado e a menor glicemia dos animais submetidos ao nado pode explicar a baixa captação do marcador pelo cérebro, devido a sua menor disponibilidade durante o nado, que representa uma atividade física intensa. Essa avaliação nunca foi considerada por outros autores. Os resultados de mapeamento correlacionam-se com estruturas envolvidas no transtorno da depressão maior e o estresse psicológicos podem ter efeito marcante no desenvolvimento desse transtorno