Estrutura genética populacional de Plasmopara viticola e progresso temporal do míldio e da ferrugem da videira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Camargo, Meyriele Pires de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11135/tde-02042018-092537/
Resumo: Entre as doenças de maior impacto nos vinhedos paulistas, encontram-se o míldio (Plasmopara viticola) e a ferrugem (Phakopsora euvitis). Os objetivos deste trabalho foram: i. caracterizar a estrutura genética populacional e identificar espécies crípticas de P. viticola; ii. avaliar o progresso temporal de míldio da videira, o efeito da doença na produção das plantas e verificar a contribuição da reprodução sexuada e assexuada de P. viticola na epidemia da doença e; iii. avaliar o progresso temporal de ferrugem da videira. Foram coletados 516 isolados de P. viticola em 11 municípios de São Paulo. Os isolados foram genotipados com 7 marcadores microssatélites. Para a identificação de espécies crípticas de P. viticola, uma subamostra de 130 isolados foi analisada pela técnica CAPS (Cleaved Amplified Polymorphic Sequence), e 94 isolados foram sequenciados para a região ITS1. O progresso temporal do míldio e da ferrugem da videira foram avaliados em 3 ciclos de produção (2014/15, 2015/16 e 2016/17) nos sistemas de condução em espaldeira (ESP), Y descoberto (YD) e Y sob cobertura plástica (YC). A área experimental, localizada em Piracicaba-SP, foi constituída por plantas da variedade Niágara Rosada. As variáveis analisadas foram fenologia, número de folhas por ramo, incidência e severidade das doenças. Para verificar o efeito do míldio na produção das plantas, avaliaram-se a massa média do cacho, a produção por planta, o teor de sólidos solúveis totais (SST) e a acidez titulável (AT) dos frutos. A área abaixo da curva (AAC) foi calculada para o número de folhas por ramo, a incidência e a severidade de míldio e de ferrugem. Os valores de massa do fruto, produção por planta, SST e AT, e os resultados da AAC para as variáveis analisadas, foram submetidos a análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey (P<0,05). Na safra 2015/16, 166 isolados de P. viticola foram coletados em três diferentes momentos da epidemia, os quais foram genotipados com os 7 microssatélites mencionados anteriormente. P. viticola clado aestivalis foi a única espécie críptica identificada no Estado de São Paulo. Dentre os 516 isolados analisados, 55 genótipos multilocos (MLG) foram identificados. Quatro MLGs dominantes representaram 65,7% dos genótipos observados. Para o míldio da videira, em 2 das 3 safras avaliadas observou-se desfolha precoce das plantas doentes. A severidade média máxima de míldio observada foi de 14,3% na ESP e 30,9% no YD. Para esses valores de severidade, a doença causou a redução na produção por planta (0,7 a 0,9 kg por planta) e na massa do cacho (67 a 78 g). Em nenhuma das safras houve efeito da doença no teor de SST e na AT. Maiores valores de AAC da severidade de míldio foram verificados no YD em comparação à espaldeira, sugerindo que o sistema em YD favorece o progresso da doença. No YC, a redução da incidência de míldio foi de até 93,7% em relação aos sistemas descobertos, indicando que o sistema em Y associado ao cultivo protegido foi uma ferramenta eficiente no controle da doença. O monitoramento de genótipos de P. viticola na safra 2015/16 revelou que a epidemia foi resultante, predominantemente, de infecções clonais múltiplas causadas por um único genótipo. Queda prematura de folhas em decorrência da epidemia de ferrugem foi observada para os sistemas em YC e YD com valores de severidade inferiores a 5,6%. Em função da desfolha, verificaram-se alterações na fenologia das plantas nos estádios fenológicos finais de desenvolvimento. O progresso da incidência de ferrugem foi mais rápido nos sistemas em YC e YD em relação a ESP. Diferentemente das epidemias de míldio da videira, o uso da cobertura plástica não foi suficiente para o controle satisfatório da ferrugem.