Avaliação econômica em longo prazo da atenção farmacêutica para pacientes com hipertensão arterial sistêmica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Cazarim, Maurilio de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60137/tde-02052016-115821/
Resumo: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um fator de risco para 9,4 milhões de mortes em todo o mundo. No Brasil, a HAS atribui um custo anual de aproximadamente R$ 969,231,436,00 ao Sistema Único de Saúde (SUS). Alguns estudos têm mostrado uma grande efetividade da Atenção Farmacêutica (ATF) para melhorar os parâmetros clínicos de pacientes com HAS. Diante desse contexto, este trabalho teve o objetivo de desenvolver uma ferramenta econômica considerando custos e desfechos para auxiliar os gestores de saúde a implantar a ATF no SUS e reduzir a morbi-mortalidade ocasionada pela HAS. Para isso, foi conduzido um estudo farmacoeconômico de modelagem com análises de custo-efetividade, custo-benefício e custo-utilidade. Em duas unidades básicas do SUS, em Ribeirão Preto, 104 pacientes foram acompanhados por um programa de ATF durante o ano de 2009. Foram coletados dados clínicos, assistenciais e econômicos referentes aos anos de 2006 a 2012. Os dados foram divididos por períodos, 2006-2008 (pré ATF), 2009 (ATF) e 2010-2012 (pós ATF). A análise econômica foi realizada em cinco etapas: análise direta dos custos, análise indireta dos custos com modelagem de Markov, análise de custo-benefício com obtenção do valor presente líquido (VPL), análise de sensibilidade dos custos, e análise do impacto epidemiológico. O controle pressórico foi alcançado em 54,4%, 98,2% e 93,0% dos pacientes nos períodos pré ATF, ATF e pós ATF, respectivamente. Na análise direta dos custos houve diferença dos custos totais de -R$307,23 e R$4.053,32 e a razão de custo efetividade incremental foi R$1.124,24 e R$100,98, nos períodos ATF e pós ATF, respectivamente. Na projeção por modelagem de Markov houve 46 complicações da HAS e 17 mortes; e 15 complicações e 5 mortes ao longo de dez anos para a assistência a saúde sem a ATF e com a ATF, respectivamente. Houve o custo por paciente de R$ 17,09 / anos de vida ajustados por qualidade e R$ 28,98 por anos de vida ganhos após a alta da ATF. O VPL obtido com o investimento nesta prática farmacêutica foi R$ 3.791.111,13 e a razão benefício - custo (RBC) foi 30,03 (26,74 - 34,28), RBC > 1 com taxa de retorno de investimento de 303%. Conclui-se que a ATF foi capaz de melhorar o controle pressórico e os níveis de colesterol total reduzindo o risco cardiovascular, o que ocasionou a redução de gastos com a saúde e o impacto positivo epidemiológico. Essa análise foi suficiente para fundamentar uma ferramenta farmacoeconômica capaz de auxiliar os gestores na tomada de decisão quanto à implementação da ATF para a redução da morbi-mortalidade ocasionada pela HAS.