Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Oliveira, Tércio Ferreira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17165/tde-10082023-105503/
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Resumo: |
Introdução: Desde 1990 até o ano de 2019 o acidente vascular encefálico (AVE) foi responsável pela segunda maior causa de mortalidade em todo o mundo. O grupo etiológico que envolve a estenose carotídea é responsável por cerca de 10% a 46% dos casos e está associado ao dobro do risco de morte e incapacidade permanente, contribuindo com cerca de 60% do total de incapacidades e 95% das mortes após acidente vascular encefálico isquêmico (AVEi). Extrapolando dados epidemiológicos previamente conhecidos estima-se que cerca de 11% dos casos de AVE inéditos poderiam ser beneficiados por procedimentos cirúrgicos para sua prevenção. Objetivos: Avaliar dados demográficos e os desfechos perioperatórios dos pacientes submetidos a intervenção cirúrgica por estenose carotídea extracraniana sintomática no HCFMRP-USP. Comparar desfechos do serviço com outros serviços de assistência em contexto de ensino-aprendizagem. Propor protocolo de atendimento aos pacientes com doença aterosclerótica carotídea para a mesma instituição. Métodos: Estudo do tipo observacional, descritivo de janeiro/2012 a junho/2022 através da avaliação de prontuário incluindo pacientes que realizaram abordagem cirúrgica no HCFMRP-USP por estenose carotídea sintomática neste período. Recebeu aprovação prévia do Comitê de Ética em Pesquisa Clinica do HCFMRP-USP número 15695/2011. Foram excluídos pacientes com cirurgia cardíaca concomitante e cirurgias por etiologias diversas à estenose carotídea. Os principais desfechos analisados foram: AVEi, morte de qualquer causa, infarto agudo do miocárdio e desfecho combinado em eventos adversos cardiovasculares maiores (MACE - combinação entre IAM, morte e AVE maior) ocorridos periprocedimento. Resultados: A amostra foi composta por 64 pacientes com idade média de 66,9 anos e sexo masculino em 68,8%. A comorbidade mais prevalente foi a hipertensão arterial sistêmica, presente em 93,8% dos pacientes. Estenoses 50% - 69% estiveram presentes em 18,7% dos pacientes e 81,3% apresentavam estenoses superiores a 70%. O tempo cirúrgico médio foi de 119,1 minutos, 143 minutos para o grupo endarterectomia e 81 minutos para angioplastia, havendo diferença estatística significante entre estes grupos. Houve 9,4% de complicações de acesso gerais, porém apenas 2 casos com necessidade de intervenção. Todas as angioplastias foram realizadas com uso de dispositivo de proteção do tripo filtro. Quanto às endarterectomias, houve 1 caso realizado através de eversão e nos demais 97,4% foi realizada a técnica convencional com uso de patch para reconstrução da arteriotomia. A taxa de utilização de shunt durante o procedimento de endarterectomia foi de 18,4%. O tempo médio de clampeamento carotídeo encontrado foi de 39,4 minutos. Quanto aos desfechos principais, não houve nenhum caso com evolução para óbito. As taxas de AVE maior perioperatórios no território vascular da lesão foi de 1,56% e de qualquer AVE relacionado a lesão de 4,68%. A taxa total de eventos adversos cardiovasculares maiores (MACE) foi de 4,68%. Não houve diferença estatística entre os grupos endarterectomia e angioplastia quanto aos desfechos. Conclusão: A população de pacientes com estenose carotídea extracraniana sintomática submetida intervenção no HCFMRP-USP possui características demográficas e principais desfechos perioperatórios (AVEi, IAM, óbito e MACE) semelhantes aos encontrados em estudos randomizados controlados, exceto pela maior prevalência de hipertensão arterial sistêmica e tabagismo. Foi proposto um protocolo de atendimento institucional a paciente com estenose carotídea sintomática. |