Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Dias, Nathália Cássia Ferreira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11144/tde-11042022-093747/
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Resumo: |
O cacaueiro (Theobroma cacao) é uma cultura de grande importância socioeconômica em muitos países tropicais. Um dos principais fatores limitantes da produção de cacau na América Latina é a doença da vassoura de bruxa, causada pelo basidiomiceto Moniliophthora perniciosa. Plantas afetadas pela doença apresentam alterações morfológicas intensas e desenvolvimento anormal dos tecidos infectados, o que indica a ocorrência de um desequilíbrio hormonal durante a infecção. No entanto, a contribuição de fitohormônios específicos para tais mudanças permanece pouco explorada. Através de análises transcriptômicas da progressão da doença, verificamos que o aumento da expressão de genes responsivos a auxina constitui uma das alterações moleculares mais notáveis em plantas infectadas. Contudo, genes do cacaueiro envolvidos na biossíntese de auxina não foram induzidos, sugerindo que esta resposta possa ser desencadeada diretamente pelo patógeno. De fato, a investigação do genoma de M. perniciosa revelou vias putativas para a produção de ácido indol-3-acético (IAA) a partir de L-triptofano (Trp), indicando o potencial deste fungo em produzir auxinas. Em concordância com essa predição, a suplementação de culturas de M. perniciosa com Trp induziu o acúmulo de compostos indólicos, incluindo IAA e o potencial intermediário indol-3-acetamida (IAM). Além disso, o sobrenadante livre de células de culturas do patógeno foi capaz de ativar a resposta à auxina em folhas e raízes de Arabidopsis thaliana DR5::GFP, confirmando a presença de IAA biologicamente ativa nestas culturas. Com o objetivo de obter mutantes incapazes de produzi IAA, trabalhamos no estabelecimento de um método de transformação de M. perniciosa, até então indisponível para esta espécie. O procedimento se mostrou altamente eficiente e abre portas para manipulação genética inédita do patógeno através de CRISPR/Cas9. Assim, nossos resultados estabelecem bases sólidas para a investigação do papel da IAA na virulência do fungo M. perniciosa e no desenvolvimento dos sintomas da vassoura de bruxa. |