Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Lima Junior, Luiz Paulo de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7143/tde-04032020-152744/
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Resumo: |
Introdução: A crise global do refúgio do final do século XX e início do século XXI constitui a pior crise nesse campo desde a Segunda Guerra Mundial. Há cerca de 244 milhões de migrantes internacionais no mundo, dos quais 25,9 milhões são refugiados. Devido aos conflitos ocorridos na Síria, o refúgio dos árabes tornou-se um dos epicentros do problema. A Síria hoje é o país que mais apresenta refugiados no mundo, com 6,7 milhões. A Síria, a Palestina, o Iraque e Líbano são os países de origem que mais solicitaram refúgio no Brasil entre os anos 2007 a 2017. A própria condição de refúgio e suas diferentes fases são condicionantes de vulnerabilidade que incidem sobre o processo saúde-doença. Objetivo: Mapear e analisar as vulnerabilidades de refugiados árabes no contexto da Atenção Primária à Saúde. Método: Trata-se de uma Revisão de Escopo. Foram analisados estudos publicados nos idiomas inglês, espanhol e português, no período de 2011 a 2019, nas bases de dados: COCHRANE, SCOPUS, Health System Evidence, MedLine-PubMed-, CINAHL, EMBASE, LILACS, Web of Science, SciELO, NYAM Grey Literature, Banco de teses e dissertações CAPES, Refworld e Journal of Refugee Studies. A análise dos dados foi realizada à luz do conceito de vulnerabilidade. Resultados e discussão: Após buscas realizadas com duas estratégias, foram encontrados 854 estudos. Com base nos critérios de inclusão e de exclusão restaram 40 artigos para análise e extração dos indicadores de vulnerabilidade. Em relação à dimensão individual foram constatadas altas taxas de desemprego, moradias instáveis e superlotadas, falta de saneamento e de acesso à água, agravos de saúde mental, gastrointestinais, nutricionais, dermatológicos, neurológicos, musculoesqueléticos, odontológicos, relacionados à gestação e à primeira infância, além de doenças transmissíveis e doenças crônicas não transmissíveis. Na dimensão programática foram identificadas equipes de saúde com sobrecarga de trabalho, com falta de preparo para lidar com as barreiras culturais e linguísticas. Também se verificou longas horas de espera para o atendimento, alto custo da Atenção Primária à Saúde, falhas na atualização do calendário vacinal e na busca ativa de pacientes em programas voltados às doenças crônicas, assim como políticas de saúde que revogam direito ao acesso a saúde. Em relação à dimensão social, constatou-se falta de acesso às escolas, à informação sobre os programas de saúde dos países de acolhida, aos direitos, e participação limitada na economia local. Conclusão: Todas as dimensões de vulnerabilidade se fizeram presentes, identificadas por meio dos indicadores estudados. Os elementos de vulnerabilidade evidenciam desigualdade e desvantagem dos refugiados perante os programas, serviços e sistema de saúde nos países de acolhida. Nesse sentido, aponta-se a necessidade de programas e políticas que considerem tais elementos de vulnerabilidade, e promovam ações, no âmbito da Atenção Primária à Saúde, que reconheçam e respondam às necessidades de saúde dos refugiados. Também se aponta a necessária abordagem em saúde na perspectiva do conceito de vulnerabilidade, sobretudo na dimensão social, o que implica em reconhecer que a situação desse grupo social decorre fundamentalmente, de processos estruturais que envolvem embate de poder entre países. |