Ramnolipídeos como alternativas no controle de Bacillus cereus e Leishmania infantum chagasi

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Bertuso, Paula de Camargo
• Tipo de documento: Tese
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
• Palavras-chave em Português: Bacillus cereus; Atividade leishmanicidal; Celery oleoresin; Citotoxicidade; Cytotoxicity; Dose-dependência; Dose-dependency; Endospores; Endósporo; Exosporium; Leishmanicidal activity; Limonene; Limoneno; Óleo resina de aipo; Ramnolipídeo; Rhamnolipid; ROS; Surfactant; Surfactante
• Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/82/82131/tde-11012023-163047/

A utilização de antimicrobianos naturais e menos agressivos ao meio ambiente é uma tendência na indústria de alimentos. Os ramnolipídeos (RL), surfactantes de origem microbiana, vêm demonstrando potencial para controle de patógenos além de apresentarem status de tensoativos verdes, obtidos a partir de substratos renováveis, contribuindo para a bioeconomia circular. Visando estudar a viabilidade dos RL como alternativas inovadoras no controle de microrganismos, este trabalho apresenta duas abordagens distintas. No primeiro capítulo estudou-se a ação antimicrobiana de ramnolipídeo e sua combinação com limoneno e óleo resina de aipo no controle de células vegetativas e endósporos de Bacillus cereus, uma bactéria conhecida por causar intoxicações alimentares e grandes prejuízos na indústria alimentícia, especialmente na indústria de laticínios por ser um importante deteriorante para a cadeia do leite. Os resultados mostraram que o RL potencializou a ação dos compostos hidrofóbicos naturais frente a B. cereus, além de capacidade para controle da bactéria na presença de leite como modelo alimentar. No segundo capítulo foi avaliada a citotoxicidade do RL e sua atividade leishmanicida. Os testes em células humanas mostraram que o efeito citotóxico do RL é dose dependente, atingindo cerca de 70% de morte celular após 72h de exposição nas concentrações testadas. A presença do RL também aumentou a quantidade de espécies reativas de oxigênio produzidas pelas células e os resultados sugerem que o mesmo possa causar dano ao DNA das células em altas concentrações. O RL foi capaz de reduzir em 90% a população de leishmania após 24 h com concentrações de 1,56 mg/ml, se mostrando um potencial composto para tratamento da leishmaniose, zoonose negligenciada e com limitadas opções terapêuticas.