Quando se fecha a porta - mudança de gestão e configuração do trabalho escolar: o caso de uma escola pública paulistana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Machado Filho, Carlos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48140/tde-10122019-095055/
Resumo: A presente pesquisa propôs-se a conhecer as alterações no cotidiano escolar durante a troca de direção em uma escola municipal de ensino fundamental (EMEF) da Rede Municipal de São Paulo para, com isso, compreender como o perfil de uma gestão escolar pode impactar os processos internos de uma instituição, constituindo um ambiente educativo favorável ou desfavorável aos atores implicados direta e indiretamente com a ação pedagógica. Realizou-se um estudo de caso único, com modelo metodológico inspirado na pesquisa etnográfica, focalizando as equipes gestoras e a equipe docente, com ênfase no ensino fundamental I. Buscou-se, como objetivos específicos: identificar o perfil de gestão/liderança de duas diretoras que, em tempos distintos, atuaram na direção da escola; analisar como ocorreram as relações interpessoais das diferentes diretoras com a equipe; reconhecer a incidência dos saberes acadêmicos e saberes experienciais no exercício profissional das diretoras; discutir os tipos de lideranças e a correlação com o estabelecimento do clima institucional e de um trabalho pedagógico favorável ou desfavorável. Como base argumentativa e interpretativa dos dados produzidos, utilizamo-nos, especialmente, dos autores: Fullan (2003), Fullan e Hargreaves (2000), Hargreaves (1994), Licínio Lima (2001), Paro (2012; 2016) e Thurler (2001). Aspectos do cotidiano foram afetados pela mudança de gestão, tais como: na disponibilização de recursos para as atividades, na ocorrência de discurso integrador dos objetivos escolares, na arquitetura e no uso dos espaços, nas relações entre as pessoas e no clima institucional. Constataram-se indícios de que a unificação do discurso pedagógico da escola, o oferecimento de apoio, a realização de consultas ao corpo docente e a valorização da opinião da equipe, ainda que não plenamente democrática, reverteu-se, conforme a gestão, em resultados diferentes no grupo, como no envolvimento, qualidade e diversidade do trabalho e na sensação de pertencimento, acolhimento e satisfação com o exercício profissional. A adoção de um perfil de direção mais autocrático, com menor consulta, reconhecimento e participação docentes, criou antagonismo entre os professores e a diretora, o que gerou rejeição, conflitos e perda, em parte, do foco do trabalho pedagógico.