O peso ao nascer no município de São Paulo: impacto sobre os níveis de mortalidade na infância

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1979
Autor(a) principal: Monteiro, Carlos Augusto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6133/tde-28072016-170319/
Resumo: Através de levantamento amostral do peso ao nascer dos nascimentos ocorridos nas maternidades do município em 1976, estimou-se em 9,7 por cento a incidência de recém-nascidos de baixo peso em são Paulo. O ajuste dos coeficientes de mortalidade infantil de São Paulo segundo a distribuição do peso ao nascer da população branca americana determinou que em 1976 apenas 31 por cento do excesso de óbitos infantis de São Paulo poderia ser atribuído à performance do peso ao nascer verificada no município. O mesmo ajuste segundo a distribuição do peso ao nascer da Califórnia atribuiu ao peso ao nascer no período 1968-70, 15 por cento do excesso de mortalidade e revelou excesso de mortalidade particularmente notável não para os recém-nascidos de baixo peso, mas para os recém-nascidos com mais de 3.000 gramas. O ajuste simultâneo dos coeficientes de mortalidade infantil das áreas central, intermediária e periférica do município a uma idêntica distribuição de pesos de nascimento revelou uma participação decisiva do peso ao nascer no pequeno gradiente de mortalidade existente entre a área intermediária e a área central, porém descartou totalmente a possibilidade do peso ao nascer explicar o grande excesso de mortalidade infantil da área periférica em relação às duas outras. A consideração dos demais fatores que determinam no seu conjunto a probabilidade de sobrevida do recém-nascido no primeiro ano de vida, demonstrou ser capaz de complementar os achados relativos à participação do peso ao nascer no excesso de mortalidade infantil verificado no município. Assim foi para a disponibilidade de serviços públicos de pré-natal, insuficiente para o município como um todo, progressivamente menor na periferia. Assim foi para a disponibilidade de assistência médico-hospitalar ao parto e ao recém-nascido, suficiente em termos quantitativos para o município, porém insuficiente e precária para a população da periferia. Assim foi para a disponibilidade do saneamento do meio, razoável apenas na área central, praticamente inexistente na periferia. Associadamente, a verificação da distribuição de renda em São Paulo demonstrou que a distribuição desigual da disponibilidade de serviços públicos fundamentais à manutenção da saúde infantil superpõe-se exatamente à desigual distribuição de riquezas. A conclusão final deste estudo foi a de que são principalmente as precárias condições de vida que recepcionam o recém-nascido sobretudo na periferia, e não a vitalidade daquele, medida pelo seu peso ao nascer, que explicam o excesso de mortalidade infantil verificado em são Paulo.