Do controle das paixões à maestria de si: um estudo acerca das práticas e das representações de moralização na escola pública paulista (1948-1978)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Silva, Katiene Nogueira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-21122011-134551/
Resumo: Este trabalho busca compreender mediante a perspectiva sócio-histórica como foram configuradas e mobilizadas as práticas e as representações de moralização na escola pública paulista em um período que compreende a democratização das oportunidades de educação e que alterou o modelo de escola que era mantido desde a época republicana. O termo moralização é entendido como a moral destinada a ser incorporada pelos indivíduos. A idéia do poder sobre si mesmo exercido a partir do interior é especialmente fértil para a compreensão das práticas e das representações de moralização na escola pública paulista durante o período investigado. Além da diversidade em relação à clientela que passou a ocupar o espaço escolar, a origem social dos professores primários também mudou. Para governar as massas e gerir a diversidade no interior das instituições escolares durante a expansão do ensino, foi importante levar cada um a governar a si próprio, o que consistiu num elemento necessário à própria existência da democratização do acesso à educação pública. A escolha do ano de 1948 como marco inicial para o estudo deve-se a ser este o ano de início da Campanha de Defesa da Escola Pública. Trata-se um movimento cívico importante na história da escola pública brasileira e que culminou, em 1961, com a promulgação da LDB nº4.024. O período compreendido por este trabalho encerra-se em 1978, quando mudanças no comportamento dos professores ganharam visibilidade a partir do momento em que os mesmos aderiram a uma greve, ainda no regime militar, à revelia das entidades que os representavam, como a Associação dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP) e o Centro do Professorado Paulista (CPP). As fontes escolhidas, os manuais de didática e metodologia do ensino, as revistas pedagógicas e a legislação vigente no período, permitiram conhecer melhor os discursos veiculados, as normas e a obrigatoriedade referentes às práticas e às condutas nas escolas assim como as orientações dadas aos professorandos e depois aos professores sobre como deveria ser realizado o trabalho docente, visando a oferecer a formação considerada adequada aos alunos. Ao longo do exame das fontes consultadas, foi possível perceber que as práticas de moralização eram diversas e a sua justificativa era fundamentada mediante variados discursos, que obedeciam a três eixos principais: psicológico, religioso e cívico. Portanto, as principais evidências indicam que, para que as representações acerca da idéia de moral fossem transformadas em práticas nas escolas, era necessário evocar um discurso legitimado pela idéia de autocontrole, de Deus e de nação.