Tratamento com antioxidante resveratrol na fase gestacional e amamentação reduz atividade de MMP-2 e remodelamento mal adaptativo e hipertensão arterial na prole adulta

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Gomes, Beatriz Quaresemin
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17133/tde-06022024-101640/
Resumo: A hipertensão arterial sistêmica é um problema de saúde pública mundial. O modelo de hipertensão em ratos espontaneamente hipertensos (SHR) apresenta quantidade aumentada de metaloproteinase de matriz (MMP)-2 na aorta e espécies reativas de oxigênio (eROs). O estresse oxidativo é importante na expressão e ativação de MMP-2 nas artérias, contribuindo para o remodelamento vascular. O antioxidante resveratrol é capaz de reduzir eROs e diminuir a atividade das MMPs em algumas doenças cardiovasculares. Além disso, o tratamento com resveratrol em ratas hipertensas durante gestação e aleitamento mostrou redução da hipertensão em seus filhotes na vida adulta. A hipótese deste trabalho é que o tratamento com resveratrol durante a gestação e aleitamento de ratas SHR diminui o estresse oxidativo e a atividade da MMP-2 nas aortas dos filhos adultos, o que resultaria em atenuação do remodelamento vascular crônico e pressão arterial. Para isto, fêmeas SHR de 10 semanas de idade foram colocadas junto aos machos para cruzamento, sendo estes tratados por uma dieta suplementada com resveratrol (4g/kg de ração) até o nascimento da prole. Após este período, machos foram separados e as fêmeas permaneceram recebendo esta dieta durante o aleitamento. Ao final do aleitamento, a prole foi separada por gênero (fêmeas e machos) e mantida até 12 semanas, recebendo dieta normal do biotério, sem suplementação com resveratrol. Durante estas 12 semanas, a pressão arterial sistólica (PAS) foi analisada semanalmente por pletismografia de cauda. Ao final, a aorta foi coletada para avaliar a atividade de MMP-2 por zimografia em gel e in situ, além da avaliação do estresse oxidativo (por DHE e lucigenina) e análise morfológica. Foi feita também avaliação de óxido nítrico (NO) por DAF nas aortas. Além disso, a capacidade de inibição da MMP-2 pelo resveratrol foi avaliada in vitro. A PAS de ratos e ratas SHR foi significativamente maior quando comparada com seus respectivos Wistar-Kyoto (WKY). O tratamento materno com resveratrol reduziu a PAS na prole adulta. A atividade da MMP-2 está aumentada nas aortas da prole SHR adulta. O tratamento com antioxidante diminuiu a atividade gelatinolítica de MMP-2 em aortas de fêmeas e machos, além de melhorar a disponibilidade de NO. O antioxidante atenuou o estresse oxidativo apenas nas aortas das ratas. Enquanto que não observamos remodelamento arterial hipertrófico significativo nas fêmeas, o tratamento com o resveratrol parece melhorar a hipertrofia vascular na prole masculina hipertensa. Por fim, o resveratrol inibiu diretamente a atividade da MMP-2 in vitro, independente da concentração utilizada. Em conclusão, o tratamento com resveratrol durante a gestação e aleitamento diminuiu o estresse oxidativo na aorta das fêmeas, reduziu a atividade da MMP-2 e aumentou a biodisponibilidade de NO nas aortas de ambos gêneros (fêmea e macho), e isto contribuiu para atenuar a PAS durante a hipertensão.