Habilidades comunicativas e a rede social de apoio de idosos institucionalizados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Rodrigues, Adriana Guimarães
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-02052011-141852/
Resumo: Este é um estudo descritivo e correlacional que teve, como objetivo, identificar e descrever classes de comportamentos da conversa de idosos institucionalizados, medir suas frequências de ocorrência e verificar suas relações com a estrutura da rede social e com o tipo de apoio que eles recebiam. Inicialmente, foi feita uma revisão da literatura científica para identificar os comportamentos envolvidos na conversa. Com base nesses comportamentos, foi elaborado um primeiro roteiro de observação sistemática, constituído por 19 comportamentos, e o teste de interação real planejada para coletar uma amostra da conversa com os idosos. Participaram da pesquisa 30 idosos institucionalizados que tinham, em média, 74 anos. Esses idosos fornecerem seus consentimentos livre e esclarecido para a coleta de dados. Durante dois encontros com cada idoso foram aplicados quatro instrumentos: entrevista, diagrama de escolta, teste de interação real planejada e escala de apoio social. A aplicação dos instrumentos foi gravada em vídeo. Utilizou-se o primeiro roteiro de observação para observar os comportamentos da conversa dos idosos, gravados nos vídeos do teste de interação real planejada. Este roteiro foi modificado com inserção de novos comportamentos. O segundo roteiro passou a conter 26 comportamentos (18 verbais e oito não-verbais). Este foi utilizado para verificar a frequência dos comportamentos identificados. Foram observados 343 minutos de conversa. Os comportamentos foram redefinidos e apresentados a seis juízes para avaliar a fidedignidade das definições e observações. Os juízes avaliaram, também, três tipos globais de habilidades comunicativas dos idosos. Os índices de concordância oscilaram entre 83% e 100%. As habilidades comunicativas foram avaliadas como boas, com algumas variações. A frequência dos comportamentos verbais e não-verbais variou entre os idosos e interferiram na duração da conversa com a pesquisadora. Por isso, eles foram classificados como idosos que dominaram o turno da fala, idosos que fizeram comentários amplos e idosos que fizeram pequenos comentários. Foram calculadas as correlações entre os tempos de duração das conversas e as habilidades comunicativas dos idosos. Os idosos que fizeram pequenos comentários foram menos expressivos não-verbalmente e apresentaram menos informações gratuitas. De maneira geral, a maioria dos idosos fez poucas perguntas e demonstrou excessivo interesse em falar de si e desinteresse pelas autorrevelações da pesquisadora, sugerindo dificuldades comunicativas. Os idosos possuíam, em média, 6,2 pessoas na rede, quantidade pequena quando comparada com as redes sociais relatadas em estudos da literatura científica. Ocorreram variações na quantidade de pessoas da rede social, no número de pessoas que os idosos trocavam apoio e no tipo e quantidade de apoio recebido. Os idosos que fizeram pequenos comentários, além de serem mal avaliados pelos juízes, tinham, em média, menos pessoas nas suas redes e recebiam menos apoio de interação positiva. Os coeficientes de correlação sustentam esta afirmação. As análises comparativas entre os grupos e as tendências desses coeficientes indicam que boas habilidades comunicativas estão relacionadas com uma maior quantidade de pessoas na rede social e mais apoio afetivo e de interação positiva. Portanto, estes resultados indicam a necessidade de programas de desenvolvimento de habilidades comunicativas para auxiliarem os idosos institucionalizados a conquistarem e a manterem uma boa rede social de apoio