Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Frankenberg, Renata de Carvalho |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8156/tde-03082023-180450/
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Resumo: |
No contexto das transformações políticas, econômicas e culturais na sociedade portuguesa decorrentes da Revolução dos Cravos, o romance A Costa dos Murmúrios (1988), de Lídia Jorge, tematiza os últimos anos do Império Colonial Português em Moçambique, por meio de uma estrutura formal dupla. O confronto de duas narrativas distintas sobre a experiência de uma jovem metropolitana deslocada à cidade moçambicana da Beira, em razão de seu casamento com um alferes a serviço das tropas portuguesas nos últimos anos da guerra colonial, permite refletir sobre a presença portuguesa no continente africano, bem como sobre diferentes estratégias discursivas de representação daquele território no contexto histórico do pós-1974 em Portugal. Nesta perspectiva, este trabalho propõe uma análise comparativa das espacialidades construídas discursivamente em cada uma das narrativas que compõem o romance, com o objetivo de investigar a funcionalidade do elemento espacial na desconstrução do discurso hegemônico sobre a guerra colonial e o projeto imperial português. Inicialmente, articulamos as transformações na noção de espaço no Ocidente, conforme a sugestão de Michel Foucault (1984), à experiência histórica dos colonialismos europeus modernos, à luz do pensamento do sociólogo Boaventura de Sousa Santos. Em seguida, passamos à análise das duas narrativas, em três movimentos analíticos. Primeiro, investigamos a articulação estrutural do elemento espacial com as categorias de foco narrativo, personagem e ações, a partir de conceitos de Antonio Candido, Osman Lins e, sobretudo, Joseph Frank. Em seguida, recorremos à teoria dos gêneros, de Mikhail Bakhtin, para analisar as diferentes formas da articulação entre as categorias de espaço e tempo pelos dois narradores. Num terceiro movimento, acompanhamos os deslocamentos de Evita na cidade da Beira, à luz da distinção conceitual entre fronteira e limiar recomendada por Walter Benjamin, para investigar a realidade extratextual revelada no romance. |