O Teatro Cósmico de Susanne Kennedy: poética de superfícies e cosmogonia cênica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Souza, Maurício Augusto Perussi de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27156/tde-12012023-151706/
Resumo: O objetivo deste estudo é examinar o Teatro Cósmico de Susanne Kennedy, a partir de nove espetáculos produzidos pela encenadora alemã entre os anos de 2014 e 2021. Tendo por base o pressuposto de que Kennedy reinventa a forma espetacular contemporânea, o que se propõe é investigar a especificidade dessa reinvenção. A metodologia empregada consiste em abordar os espetáculos selecionados não como objetos, mas como sujeitos enunciadores de pontos de vista específicos sobre o teatro contemporâneo. A proposição é mergulhar na experiência fenomenológica de assistir a cada um desses trabalhos tanto presencialmente como mediante seus respectivos registros videográficos para, a partir da eleição de fragmentos significativos de cada um deles, dichavar a teoria que lhes é imanente. Desse modo, entende-se que cada obra estudada enuncia algo sobre si mesma, fazendo-o, também, em relação ao Teatro Cósmico de Kennedy, em específico, e ao teatro contemporâneo, no geral. Assumindo que, na produção estudada, Kennedy manifesta uma cosmogonia cênica, procura-se, então, delinear a cosmologia correspondente. Neste trabalho cartográfico, por assim dizer, é fundamental a noção de poética de superfícies: a forma com que a encenadora maneja as instâncias expressivas de seu teatro, abrindo espaços e gerando tensão entre cada uma delas; conjugando-as e, simultaneamente, disjuntando-as. Determinante, também, é a constatação de que o superobjetivo do Teatro Cósmico de Kennedy é reencantar, por meio de sua poética de superfícies, o teatro e o homem ocidentais contemporâneos. Desse modo, a função do espetáculo teatral deixa de ser apenas a de encenar peças, e passa a ser a de recolocar as condições (as forças cósmicas) do que pode vir a existir. A redistribuição dessas forças cósmicas, por sua vez, são organizadas em dois paradigmas: o passional-dissolutivo, que engloba as produções realizadas entre 2015 e 2017, e o lúdico-germinativo, referente às criações ocorridas entre 2019 e 2021. Sob esse enfoque, esboça-se o retrato provisório de uma obra em movimento, examinando-se as encenações: Warum läuft Herr. R. Amok? (2014); Orfeo: eine Sterbeübung (2015); Medea.Matrix (2016); Virgin Suicides (2017); Women in Trouble (2017); Coming Society (2019); Drei Schwestern (2019); ULTRAWORLD (2020); e I AM (VR) (2021).