Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Riccio, Morena Chiara |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-23102024-080715/
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Resumo: |
Introdução: Os Centros de Atenção Psicossocial são os principais dispositivos da Rede de Atenção Psicossocial e foram impactados gravemente pelas medidas restritivas de isolamento e de higiene relacionadas à pandemia da COVID-19. Bem como pelas consequências dela, por sua gravidade e imprevisibilidade, houve o agravamento do sofrimento mental dos indivíduos, em especial, os que convivem com transtornos mentais graves. Objetivo: Analisar a variação das quantidades dos diferentes tipos de atendimentos utilizados pelos usuários de um Centro de Atenção Psicossocial III, antes, durante e depois das medidas restritivas relacionadas à pandemia da COVID-19 e a sua relação com outros atendimentos na Rede de Atenção Psicossocial. Método: Trata-se de um estudo observacional, analítico, longitudinal, com abordagem quantitativa realizado em um Centro de Atenção Psicossocial III no município de grande porte do interior de São Paulo. Utilizou-se a técnica de análise documental, sendo coletado dados antes (T1 - 2019), durante (T2 - 2020; T3- 2021) e depois (T4 - 2022) da pandemia, de prontuários físicos, eletrônicos e relatórios. A população consistiu em 161 prontuários de usuários da semi-internação e a amostra composta por 87 prontuários. Estudo respeitou os aspectos éticos e legais para o seu desenvolvimento. Para análise das variáveis foram utilizadas médias, medianas e desvio padrão mínimo e máximo para as quantitativas contínuas e frequência absoluta e relativa para as categóricas. Também foram realizados: testes Qui-quadrado para avaliar a associação entre as variáveis de interesse em diferentes tempos; teste de correlação de Spearman entre os atendimentos no CAPS x atendimentos na RAPS, teste de normalidade Shapiro-Wilk e análise de regressão a por meio de modelos GAMLSS para identificar fatores preditores dos diferentes tipos de atendimento, com nível de significância de 5%. Resultados: No CAPS III, durante os anos de 2020 a 2022, em comparação com o ano de 2019, houve redução significativa nos números médios dos atendimentos com psiquiatra, psicologia, enfermagem, assistência social e acolhimentos, bem como, grupos, oficinas e atividades terapêuticas. E aumento dos atendimentos com terapeutas ocupacionais, bem como aumento exponencial no teleatendimento durante 2020 e 2021. Nos demais serviços da RAPS, houve diminuição significativa no número médio dos atendimentos com clínico geral, psiquiatra, enfermagem, psicologia, assistente social e os ocorridos na Unidade de Pronto Atendimento. Observou-se que os atendimentos com psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais eram diretamente proporcionais entre CAPS e RAPS. Assim como o acolhimento no CAPS estava relacionado proporcionalmente com os atendimentos com clínico geral, psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais na RAPS. O teleatendimento teve correlação diretamente proporcional com os atendimentos com psiquiatra, assistente social e psicologia na RAPS. Os principais fatores preditores foram: tempo (T2;T3;T4), sexo e ocupação. Conclusão: No contexto pandêmico, a quantidade dos diferentes tipos de atendimentos utilizados pelos usuários de um Centro de Atenção Psicossocial III foi diminuída significativamente, com destaque para aumento inovador do teleatendimento. Os atendimentos multiprofissionais dos demais serviços de saúde da RAPS tiveram dinâmicas semelhantes com os do CAPS. Os resultados evidenciam o desempenho e desafios enfrenados por serviços para manter ininterrupta a assistência integral aos usuários, preservando a oferta de cuidados interdisciplinares e multiprofissionais. O que ressalta o empenho das equipes, bem como a importância da organização prévia dos serviços de saúde mental e da rede de atenção para mitigar os impactos negativos em futuras pandemias ou situações semelhantes. O estudo também destaca a necessidade de maior investigação sobre o impacto desta dinâmica, alteração dos atendimentos também na perspectiva de usuários, familiares e profissionais de saúde, relevante até mesmo após o término da pandemia. |