Cefaleia crônica diária com uso excessivo de dipirona: evolução após retirada do analgésico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Barbosa, Jackeline Soraya Soares
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17140/tde-26052023-124128/
Resumo: A Sociedade Internacional de cefaleia classificou, em 1988, a cefaleia associada ao uso crônico de analgésicos. A dipirona é medicamento de venda livre, baixo custo e comprovada eficácia (FERREIRA, 2001, BIGAL, 2001 e BIGAL et al, 2001), disponível nos serviços públicos brasileiros e frequentemente utilizado para o controle das crises de cefaleia, tendo sido apontado como o analgésico mais prescrito nos serviços de emergência como tratamento da crise (FRAGOSO, 1998). Entretanto, não há estudos sobre o papel deste fármaco nas cefaleias diárias primárias. O objetivo deste estudo foi avaliar a resposta à retirada de dipirona usada excessivamente por portadores de cefaleia crônica diária. Foram analisados pacientes de ambulatórios especializados em duas cidades do interior de São Paulo que tratavam suas crises exclusivamente com altas doses deste medicamento, verificando-se os efeitos da retirada da droga sobre a amostra estudada em até seis meses. Sintomas de abstinência leves foram registrados por 27,1% dos pacientes nas duas semanas iniciais. No mesmo período, observou-se a ocorrência de cefaleia de rebote em 25,7% da amostra. Concluiu-se que, no 2o e 3o meses após a retirada de dipirona, 92,7% dos pacientes evoluíram para melhora expressiva da cefaleia. Entretanto parte da população estudada, após um período de remissão, retomou o padrão diário de dor mesmo na ausência do uso de dipirona, o que nos leva a questionar se, de fato, a alta frequência de crises estaria na dependência do uso excessivo de analgésico.