Redução das imunoglobulinas induzida pelo abatacepte não se associa com eventos infecciosos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Dinis, Valquiria Garcia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5140/tde-14122017-105648/
Resumo: Introdução: recentemente, foi descrita a ação do abatacepte (ABA) na redução nos níveis de imunoglobulinas (Ig) plasmáticas em pacientes com artrite reumatoide (AR). No entanto, a possível associação destes resultados com infecções não foi avaliada até o presente momento. Objetivos: comparar os níveis totais de Igs, suas frações (IgG, IgM, IgA) e das cadeias leves (kappa e lambda) em pacientes com AR em uso de ABA vs. agentes anti-TNF semestralmente, durante 24 meses de uso, e correlacioná-los com a presença de infecções. Método: dezoito pacientes consecutivos com AR tratados abatacepte (ABA-AR) foram comparados com 18 pacientes com AR tratados com anti-TNF (aTNF-AR). Dados clínicos, laboratoriais e dosagens de imunoglobulinas total, suas frações (IgG, IgM, IgA) e das cadeias leves (kappa e lambda) foram obtidos a cada seis meses até o tempo total de 24 meses. Foi feito screening sistemático para presença de infecções. Os critérios de exclusão foram: uso prévio de abatacepte/rituximabe e hipogamablobulinemia basal (< 0,7 g/dL). Resultados: no baseline, as medianas da idade (55 vs. 53 anos, P = 0,92), porcentagem de gênero feminino (78 vs. 78%, P = 1,0), comorbidades (28 vs. 28%, P = 1,0), DAS-28 (5,73 vs. 5,67, P = 0,93), HAQ (1,5 vs. 1,13, P = 0,1), VHS (21,5 vs. 22 mm/1ahora, P = 0,49), PCR (15,5 vs. 12 mg/dL, P = 0,43) e contagem de linfócitos (2.200 vs. 1.800/mm3, P = 0,18) foram semelhantes entre os grupos ABA-AR e aTNF-AR, assim como as medianas da gamaglobulina total (1,4 vs. 1,35 g/dL, P = 0,74), IgG (1.168 vs. 1.079 mg/dL, P = 0,46), IgM (107 vs. 113mg/dL, P = 0,38), IgA (333 vs. 322 mg/dL, P = 0,71), kappa (342 vs. 249 mg/dL, P = 0,39) e lambda (170 vs. 150 mg/dL, P = 0,20). No grupo ABA-AR, após seis meses de uso, houve uma queda dos níveis séricos de gamaglobulina total (1,4 vs. 1,05 g/dL, P < 0,001), IgG (1.168 vs. 997 mg/dL, P < 0,001), IgA (333 vs. 278 mg/dL, P < 0,001), kappa (342 vs. 257 mg/dL, P < 0,001) e lambda (170 vs. 144 mg/dL, P < 0,001). Esses níveis permaneceram estáveis dos seis meses até os 24 meses de tratamento (P > 0,05). Em contraste, no grupo aTNF-AR, não houve alteração nos níveis séricos da gamaglobulina total, suas frações e cadeias leves (P > 0,05) em nenhum momento. A variação negativa da gamaglobulina total, IgG, IgM, IgA, kappa e lambda no grupo ABA-AR foi diferente do grupo aTNF-AR (P < 0,05) em todas as avaliações. No entanto, a frequência de infecções foi semelhante entre os grupos (77,8 vs. 88,9%, P = 0,66) e não se associou às variações da gamaglobulina total, de suas frações ou das cadeias leves em nenhum dos dois grupos. Não houve infecções graves durante o período do estudo. Conclusão: o presente estudo demonstra que o abatacepte, mas não os aTNFs, induz uma queda nos níveis de imunoglobulina total, suas frações e cadeias leves nos primeiros seis meses de uso, com estabilidade nos níveis até 24 meses. No entanto, essa queda não está relacionada ao aumento da frequência de infecções nesse grupo de pacientes