Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Bombardi, Fernanda Aires |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-20082024-111447/
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Resumo: |
Nesta pesquisa, analisamos as reducciones, realizadas por jesuítas ligados à Província de Quito, e os descimentos, conduzidos por carmelitas enviados pela Coroa portuguesa, promovidos junto aos omáguas, yurimáguas, aysuares e manaos. Os focos analíticos da tese incidem sobre três aspectos: os acordos que firmavam as bases para a redução ou descimento, as experiências de deslocamento e os processos de territorialização dos indígenas nas missões. Para tanto, realizamos a análise de um amplo conjunto de fontes de diversos agentes colonizadores, que se encontra em 16 arquivos e bibliotecas nacionais e estrangeiras. As investigações compreendem o período que vai do ano de 1686 até o ano de 1757, e a área de estudo concentra-se no eixo do rio Amazonas entrecortado pelos rios Napo, Içá, Japurá e Negro, região reivindicada como sendo pertencente tanto aos territórios coloniais de Portugal quanto de Espanha e onde as relações interétnicas entre os grupos indígenas, analisados nesta pesquisa, eram intensas. Defendemos que os descimentos e reducciones foram tecidos em três conjunturas distintas (1686-1700; 1701-1721; 1722-1757), nas quais o controle territorial indígena, materializado fundamentalmente pelas redes comerciais nativas de longa distância, foi sendo substituído por uma rede de missões religiosas que, conjugada com as ações escravistas de tropas de guerra e resgate e integrada à economia das drogas do sertão, desestruturou esse poder indígena e obrigou as populações do Alto e Médio Amazonas a incorporarem-se a uma missão religiosa jesuítica ou carmelita ou a fugirem das áreas de maior influência portuguesa e espanhola na região. Na primeira conjuntura (1686-1700), verificamos que a relação de poder entre evangelizadores jesuítas ou carmelitas e grupos de omáguas, yurimáguas e aysuares eram mais equilibradas, sendo as territorialidades indígenas mantidas em função das redes comerciais de longa distância mobilizadas pelos nativos. Na segunda (1701-1721), o desequilíbrio nas relações de poder começou a se fazer presente, principalmente em virtude do asseveramento das disputas entre os missionários representantes das duas coroas no oeste amazônico. Os territórios dos grupos omágua, yurimágua e aysuares foram centralmente atingidos e a delimitação das fronteiras entre os dois domínios coloniais ibéricos se estabeleceu de maneira mais clara. Na terceira conjuntura (1722-1757), o epicentro das redes comerciais indígenas, localizado no Médio Amazonas, foi desmantelado em uma grande guerra justa; o território dos manaos no rio Negro passou a ser ocupado por uma rede de missões religiosas portuguesas, missões essas que, conectadas entre si e integradas aos interesses de outros agentes colonizadores, garantiu o domínio de quase a totalidade do oeste amazônico reivindicado por Portugal com o fim da União Ibérica. |