A mente primitiva: um estudo conceitual a partir da produção psicanalítica escrita

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Costa, Paulo José da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-26072010-093311/
Resumo: A expressão mente primitiva é frequentemente encontrada no âmbito da psicanálise, porém não é um conceito sem problemas no vocabulário psicanalítico, por não haver consenso quanto ao seu uso, ou ser utilizado de forma ampla e genérica, sem apresentar uma definição mais precisa que indique com maior exatidão a que se refere. Muitos autores têm usado esse termo ou um equivalente, com diferentes posicionamentos. Tem como principal objetivo clarificar o processo de construção do conceito de mente primitiva e seus desdobramentos por meio da análise da produção psicanalítica escrita. Trata-se de uma investigação conceitual segundo os pressupostos de natureza qualitativa, caracterizando-se como descritivo-exploratória do ponto de vista de suas finalidades. Procura tornar possível o estabelecimento de meios de refinamento ao examinar minuciosamente os elementos, os contextos em que se insere esse conceito em seu processo de construção, suas transformações e tentativas de consolidação, tanto no seio de determinada corrente teórica psicanalítica quanto na interface das múltiplas perspectivas. O material selecionado é composto por produções publicadas na Revista Brasileira de Psicanálise (FEBRAPSI) e no International Journal of Psycho-Analysis (IPA), no período de 1990 a 2005. Não se trata apenas de propor uma revisão sobre o tema, mas de uma tentativa de ir além, buscando o que pode ser apreendido e os sentidos que puderam emergir do contato com o material, identificado mediante levantamento em bases de dados on line, tanto nos periódicos selecionados quanto em outras fontes, que contribuíram para a fundamentação e aprofundamentos. Localizado e recuperado o material, iniciou-se o processo de imersão por meio da leitura. Na Revista Brasileira de Psicanálise foram lidas 1.069 produções e destas foram selecionadas as 109 em que aparece a expressão mente primitiva ou termos congêneres, tendo aquela sido encontrada 29 vezes em 14 artigos e 01 (uma) resenha, e estes últimos, por vezes inúmeras em todas as produções selecionadas. No International Journal of Psycho-Analysis foram encontradas 318 referências de artigos no mesmo período, sendo selecionadas 50 delas. A partir do percurso da literatura psicanalítica em geral e do material selecionado, foi elaborada uma síntese geral que contribui para a clarificação do conceito em pauta, pois apresenta um conjunto de caracteres que permitem a detecção das condições necessárias para descrever, classificar e identificar o que pode ser circunscrito pela expressão mente primitiva. De modo geral, é possível compreender esse termo como: 1) referente ao funcionamento mental peculiar dos primeiros meses de vida do bebê, desde sua centralização nos processos corporais a partir dos quais se originam os desenvolvimentos progressivos do psiquismo e a constituição do sujeito; 2) parte constituinte do psiquismo, oriunda dos estados iniciais do funcionamento mental tanto da espécie (filogênese) quanto do indivíduo (ontogênese), que permanece dinamicamente atuante por toda a vida junto com os desenvolvimentos posteriores, sendo imperecível