Luto todo dia por ser quem eu sou: participação social e o acesso a direitos de jovens mulheres trans

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Murasaki, Aryel Ken
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5175/tde-05052025-164316/
Resumo: Jovens mulheres trans compõem um grupo populacional invisibilizado em pesquisas governamentais, sendo os dados referentes a essa população produzidos pelos movimentos sociais e academia. Pesquisas têm mostrado que essa população sofre com conflitos familiares, possui baixa escolaridade, menor renda, trabalhos precarizados e dificuldades em acesso a saúde, ou seja, há pouco acesso dessa população aos seus direitos, estando as mulheres trans sujeitas a processos de discriminação, preconceito e violência. Estudos ainda são necessários no que se refere aos processos vividos por jovens mulheres trans, considerando que as novas gerações têm encontrado novas formas de ser e de se reconhecer. Esta pesquisa teve como objetivo conhecer as experiências de vida de jovens mulheres trans e os desafios para a participação social e acesso aos direitos. A pesquisa foi realizada por meio de estudo qualitativo exploratório utilizando entrevistas abertas de aproximadamente 1 hora de duração. Duas perguntas foram realizadas: Como é ser uma mulher trans/travesti na sua história de sua vida Como ser uma mulher trans/travesti tem afetado seu cotidiano e impactado seus direitos? Foram entrevistadas quatro jovens mulheres trans, com idades entre 20 e 26 anos, residentes da zona leste da cidade de São Paulo. As entrevistas foram transcritas e textualizadas, tendo sido realizada análise temática reflexiva do material. Foram elaboradas 2 categorias temáticas: (a) Luto todo dia por ser quem sou: processos de se assumir e se afirmar trans; (b) Eu vou procurando esses lugares mais fáceis de conviver com as pessoas: reconhecimento, acesso a direitos e participação social. Os resultados da pesquisa refletem sobre as experiências de ser trans no que se refere: a) a se reconhecer enquanto uma pessoa trans, b) à experiência do corpo trans como um corpo político; c) à questão do nome social e ao processo de retificação dos documentos e; d) às potências e dificuldades da interação familiar e nos relacionamentos interpessoais; e) às vivências escolares com suas potências e discriminações; f) às experiências de trabalho, que implicam em relações de discriminação, informalidade e precariedade e; g) à atenção à saúde e aos processos vividos que envolvem violências, discriminações e saúde mental. A pesquisa pode refletir sobre o acesso a direitos das jovens mulheres trans em sua luta contra preconceitos e discriminações, afirmando a importância do desenvolvimento de práticas sociais e de saúde mais acolhedoras e emancipatórias, que se baseiem no melhor conhecimento de suas experiências de vida