Avaliação de duas técnicas laparoscópicas de ablação do espaço nefroesplênico em equinos, através de grampeamento, com e sem o uso de implante de pericárdio homólogo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Spagnolo, Julio David
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10137/tde-14112018-115620/
Resumo: O deslocamento dorsal à esquerda de cólon maior, com aprisionamento no espaço nefroesplênico, é uma afecção relativamente comum nos equinos, e quando ocorre a recidiva recomenda-se o fechamento desse espaço. Algumas técnicas são descritas na literatura e já aplicadas na rotina clinicocirúrgica. Com o intuito de desenvolver técnica minimamente invasiva e de rápida execução, objetivou-se avaliar a efetividade e as possíveis complicações trans e pós-operatórias de duas técnicas de oclusão do espaço nefroesplênico, através de grampeamento laparoscópico, com e sem a utilização de implante de pericárdio homólogo conservado em glicerina a 98%. Para tanto, foram utilizados 11 equinos hígidos, divididos em dois grupos, sendo seis animais submetidos à fixação do implante de pericárdio por grampos de polidioxanona, recobrindo o espaço nefroesplênico (Grupo 1 - G1) e em cinco animais foi realizada a fixação do baço ao ligamento nefroesplênico com o mesmo tipo de grampos (Grupo 2 - G2). Os procedimentos foram realizados em posição quadrupedal, sob sedação, criando-se três portais no flanco esquerdo. Não houve dificuldade para realização de ambas as técnicas, sendo em média necessários 49,83 minutos (±10,19) para o G1 e 30,20 minutos ((±5,89) para o G2, com diferença significativa para p<0,05. Na avaliação pós-operatória, observou-se elevação da temperatura corpórea acompanhada de leucocitose por neutrofilia no 7º dia no G1, aumento do fibrinogênio plasmático no G1 nos dias 7 e 14 quando comparados com o momento pré-operatório e no dia 7 comparativamente ao G2. Houve aumento das células nucleadas totais no líquido peritoneal no G1 nos dias 1, 3, 7, 14 e 30 quando comparado ao momento pré-operatório e em comparação entre os grupos observou-se aumento no G1 nos dias 1 e 3. O hematócrito e a contagem das hemácias do líquido peritoneal elevaram-se significativamente nos animais do G2 nos dias 1 e 3 do período pós-operatório quando comparado ao G1 e em relação ao momento pré-operatório houve diferença no dia 1 no G1. Ambos os grupos apresentaram parâmetros físicos, valores de hemograma e de líquido peritoneal dentro dos valores de referência na avaliação realizada aos 60 dias do período pós-operatório. A laparoscopia exploratória realizada neste momento, para avaliação da efetividade das técnicas, mostrou a oclusão do espaço nefroesplênico no G1 em todos os animais, não sendo possível visualizar o implante de pericárdio, que se encontrava recoberto por tecido fibroso. Nesse grupo foram observadas sinéquias em dois animais, e em outros dois observou-se aderência de epíplon na região. No Grupo 2, apenas um animal apresentou oclusão parcial do espaço nefroesplênico, e nos outros quatro animais observou-se deiscência completa da fixação. Conclui-se que a técnica de ablação laparoscópica do espaço nefroesplênico, utilizando grampos de polidioxanona, foi efetiva apenas quando associada ao implante de pericárdio homólogo, apesar de causar alterações mais significativas no hemograma, na concentração de fibrinogênio plasmático e contagem de células nucleadas no líquido peritoneal, sugerindo maior reação inflamatória pela presença do implante biológico.