A transição energética e as premissas do cenário RCP8.5: o \'business as usual\' é menos drástico do que parece

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Castilla, Luciana Russo Corrêa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/106/106132/tde-12022021-095019/
Resumo: O atual cenário mais pessimista publicado pelo IPCC, o RCP8.5, frequentemente citado como o cenário \"Business as Usual\", foi desenvolvido há 15 anos e suas premissas desde então não foram atualizadas. Em particular, as sobre inovação no setor energético e da adoção de tecnologias de geração de energia limpa não foram validadas pela realidade observada nos últimos 15 anos devido à transição energética em curso. Embora as emissões de gases de efeito estufa hoje estejam próximas às do caminho de emissões deste cenário, argumentamos que a mudança substancial no perfil de emissões do setor de energia deveria levar a uma revisão do cenário no próximo relatório do IPCC e que o cenário RCP8.5 não pode mais ser considerado um cenário \"Business as Usual\". Em termos de debate de políticas públicas entender as discrepâncias entre o que está realmente acontecendo, tanto em termos de inovação tecnológica quanto nas trajetórias de emissões, em comparação com as premissas originais do cenário RCP8.5, fornece melhor orientação para redirecionar investimentos para decisões de políticas públicas que são adequados para o propósito. O ciclo de avaliação de 7 anos do IPCC pode não ser compatível com os ciclos rápidos de inovação tecnológica que acontecem no setor de energia renovável e, portanto, cresce a probabilidade de incompatibilidade entre eles. O fato de a transição energética com foco na descarbonização estar acontecendo e de a trajetória de emissões do setor provavelmente ser menor do que a estimada pelo cenário RCP8.5 não significa que possamos ser complacentes com as mudanças climáticas. Mas não reconhecer as mudanças que tornam cada vez menos verossímeis as hipóteses deste cenário é render-se a um fatalismo que pode ser paralisante.