Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Prado, Alessandra Bonassoli |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47132/tde-16072013-144851/
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Resumo: |
A linguagem tem um papel fundamental para o desenvolvimento infantil, uma vez que possibilita à criança construir conceitos do self e do outro, especialmente nos contextos construídos por seus cuidadores e nas trocas interacionais. A proposta da presente pesquisa é analisar associações entre o tipo de discurso materno, quanto a características de orientação cultural para a interdependência e/ou para a autonomia, e o desenvolvimento cognitivo da criança avaliado pelo desempenho em testes de compreensão de intencionalidade e direção do olhar, no contexto de depressão pós-parto. O projeto insere-se em um estudo longitudinal mais amplo (Temático FAPESP nº 06/59192), que acompanha díades mãe-criança de uma amostra atendida pelo sistema público de saúde, em que era aferido haver ou não depressão por meio da Escala de Edimburgo (pós-parto e 36 meses). Foram feitos registros em vídeo da interação livre mãe-criança por 10 minutos, para avaliação do discurso materno, e da criança nos testes em interação com um pesquisador. O estilo de discurso materno foi classificado segundo categorias elaboradas por Heidi Keller, associadas à ideia de autonomia (ex. agência, autorreferência) ou de relacionamento (ex. coagência, referência a autoridade). O escore correspondente à autonomia e ao relacionamento foi calculado pela soma das frequências das respectivas categorias, controlado pelo número de emissões da fala categorizadas. A compreensão de intencionalidade foi avaliada por meio de duas histórias ilustrativas que mostram um personagem no processo de busca de um objeto (A) em um local previsto e, em seguida, a descoberta inesperada de um objeto diferente, mais desejável (B) em seu lugar. O protocolo avalia cada etapa de aplicação do teste. O teste de direção do olhar foi composto por três tarefas nas quais a criança deveria identificar: qual das figuras está olhando para ela?; o personagem está olhando para onde?, e apontando para onde?, associadas a perguntas sobre o que o personagem quer? Foi verificado um efeito da DPP na adesão à tarefa no teste Compreensão de Intencionalidade (CI). A dificuldade do teste de Direção do Olhar (DO) prevaleceu com o cansaço. Todavia, foi identificada correlação negativa entre o escore da DPP e o desempenho em etapas do teste. A DPP parece ter produzido mais efeito do que a depressão aos 36 meses. Os casos que indicam cronicidade da depressão são mais prejudicados. Um elemento destaque foi a análise do discurso, que revelou muito sobre o contexto de depressão e do desempenho das crianças. O discurso autônomo esteve negativamente relacionado ao escore DPP e aos 36 meses, e positivamente ao desempenho. Destaca-se que no contexto de depressão, as crianças que tiveram bom desempenho foram as das mães que apresentaram maior percentual nas categorias de autonomia, quando comparado com o grupo baixo desempenho e DPP. De modo geral, não encontramos efeitos lineares e diretos da DPP prejudicando o desenvolvimento, mas verificamos variações sugestivas. Tudo indica que o comportamento materno e, principalmente, o resultado deste em termos de desenvolvimento, irá depender muito da configuração geral do contexto socioafetivo, e que a depressão é um dos elementos efetivos desta conjugação |