Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Ribeiro, Isabel Tostes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/106/106132/tde-15092020-201533/
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Resumo: |
Intervenções que buscam mudar o comportamento humano já foram aplicadas para estimular certas ações pró-ambientais com resultados positivos. São, todavia, raras na promoção da conservação da biodiversidade, como, por exemplo, evitar a interação entre cachorros e fauna nativa. Para promover mudanças no comportamento humano, a literatura científica aponta dois tipos de intervenções possíveis. A primeira parte do pressuposto que a tomada de decisão é baseada em aspectos cognitivos, por meio da ponderação dos custos e benefícios de realizar determinado comportamento segundo informações disponíveis (e.g., através de incentivos financeiros e informações educativas). Já a segunda assume que a tomada de decisão pode ser influenciada por alterações na arquitetura da escolha (i.e., nudges, por exemplo, através do comprometimento, lembretes e mudanças no status quo), muitas vezes com efeitos superiores a intervenções cognitivas. Apesar disso, são raros os estudos que comparem a eficácia desses dois tipos de intervenções para promover comportamentos pró-conservação da biodiversidade. Portanto, neste estudo testamos e comparamos a eficácia de abordagens (i) cognitiva e de (ii) nudge para incentivar tutores, residentes na zona rural de Joanópolis (SP), a adotarem comportamentos de manejo que evitassem a presença de cachorros em fragmentos de Mata Atlântica. Em um experimento de campo, os participantes foram expostos a vídeos que variaram em três condições: (i) controle, contendo informações sobre a história natural dos cachorros sem conotação de conservação; (ii) educacional, contendo informações sobre os impactos dos cachorros em áreas de vegetação nativa; e (iii) comprometimento, condição em que foi apresentado o vídeo educativo seguido de comprometimento ativo e público (i.e., adesivo fixado na propriedade). Os efeitos dos tratamentos foram estimados sobre duas variáveis-resposta: (i) a adoção dos comportamentos de fato (n=52) e (ii) a intenção dos tutores em realizá-los por 30 dias após o término do estudo (n=50). Essas informações, juntamente com outras que poderiam explicar o comportamento de manejo, como características individuais e de determinantes psicológicos, foram coletadas por meio de survey por entrevistas presenciais. Nossos resultados mostram que, comparados à condição controle, ambas as intervenções foram efetivas, aumentando as chances de realização de comportamentos de manejo. No entanto, não houve diferença estatisticamente significativa entre a condição de comprometimento e a condição educacional. No caso da intenção em realizar o manejo no longo prazo, os tratamentos não foram significativos para prever mudanças nesta variável. Nosso estudo contribui para a reduzir a lacuna teórica acerca da utilização de nudges na conservação da biodiversidade. No entanto, nossos resultados não permitem concluir que o comprometimento foi mais efetivo que a estratégia educacional para evitar a presença de cachorros em áreas de vegetação nativa. |