Estudo farmacognóstico e farmacológico de Bredemeyera floribunda Willdenow

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Ritto, José Luiz Aiéllo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9138/tde-04122023-183659/
Resumo: Bredemeyera f/oribunda Willdenow, espécie vegetal vulgarmente conhecida como botica inteira, ocorre com freqüência nos campos cerrados do país. A botica inteira, cuja parte empregada são as raízes, é utilizada na medicina popular como expectorante, diurética, em problemas circulatórios e para baixar a pressão arterial. O estudo botânico detalhado das partes empregadas comercialmente foi efetuado e fotografias ilustram a tese. As características botânicas importantes na identificação da droga são: 1) características macroscópicas - as raízes possuem forma cilíndrica e coloração castanho-amarelada. Estrias bem evidentes podem ser observadas ao lado de cicatrizes arredondadas em forma de crateras ou protuberâncias; 2) características microscópicas - súber pouco desenvolvido e parênquima cortical repleto de grãos de amido esféricos ou cupuliformes com hilo central puntiforme. Na região cortical ocorrem grandes grupos de células pétreas, sendo comum a presença de cristais prismáticos. O estudo químico dos extratos clorofórmicos e metanólicos das raízes, após fracionamento cromatográfico, levou à identificação do palmitato de etila, a 1,7-diidroxi-3,4,8-trimetoxixantona e da rutina. A avaliação da atividade tensoativa e do poder espumante da fração saponínica foi realizado, sendo determinado o valor de 0,36 mg/mL para a concentração micelar crítica desta fração. O estudo farmacológico foi realizado com a fração saponínica sob vários aspectos. Com o \"screening\" hipocrático observou-se, após administração intra-peritoneal (i.p.) em camundongos, a diminuição da atividade exploratória, ptose palpebral e dificuldade de locomoção na dosagem de 60 mg/kg. Doses maiores intensificaram esses efeitos com a produção de dispnéia acentuada, incoordenação motora e hipotonicidade muscular generalizada (100 mg/kg). A fração saponínica apresentou moderada toxicidade por via intraperitoneal (DL50 230±13,7 mg/kg) e baixa toxicidade pela via oral (DL50 acima de 1500 mg/kg). A atividade antiulcerogênica da fração saponínica foi avaliada em ratos, não apresentando redução no índice de lesões ulcerativas, induzidas por indometacina, nas dosagens de 100 e 300 mg/kg pela via oral. Na avaliação de citotoxicidade in vitro a fração saponínica não reduziu o crescimento celular das linhagens tumorais de melanoma (UACC-62), mama (MCF-7), mama resistente (NCI ADR) e pulmão (UACC-62). O índice de hemólise da fração saponínica foi determinado e apresentou valor de IH50 de 0,61 mg/mL. Segundo a metodologia de Draize, a fração saponínica de Bredemeyera floribunda Willd., apresentou irritação dérmica pouco perceptível em coelhos.