Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Costa, Sulamita Maria Mattos da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8148/tde-27072021-195330/
|
Resumo: |
O role play é uma das principais metodologias de coleta de dados utilizadas nas pesquisas em diferentes áreas relacionadas ao estudo das línguas em uso como a Pragmática linguística. Embora seja muito difundido, questiona-se, com frequência, se e em que medida os dados que resultam dele podem representar situações de comunicação real, uma vez que se trata de \"encenações\", consideradas distantes da realidade (FÉLIX-BRASDEFER, 2018; GOLATO, 2003). Partindo dessas premissas, o presente estudo propõe analisar, a partir de uma perspectiva interdisciplinar, tanto o processo de elaboração do role play, a encenação, quanto o material linguístico por ele eliciado, utilizando para a observação um referencial teórico composto por teorias desenvolvidas no âmbito das Artes Cênicas e dos estudos linguísticos, mas também na visão sociológica da \"vida como representação\", proposta por Goffman (1975 [1959]). A pesquisa busca investigar tanto se encenar uma situação dada ou criada pode permitir reproduzir o \"real\", quanto se há diferenças na percepção da naturalidade e da adequação dessas situações quando avaliadas por \"não atores\" e atores. As reflexões baseiam-se, por um lado, na afirmação de Erving Goffman (1959), segundo o qual todo ser humano não só é capaz de representar, mas interpreta o tempo todo; por outro, na constatação de que artistas de diferentes vertentes vêm tentando trazer a verossimilhança - ou \"traços do real\" - para seus espetáculos, inserindo pessoas comuns (\"não atores\") que interpretam a si mesmos, em um movimento que muito se assemelha a role plays do tipo que foi investigado neste estudo. Foram utilizados role plays gravados por falantes nativos de italiano e, posteriormente, submetidos ao julgamento de outros falantes nativos atores e \"não atores\", por meio de um judgment test baseado em uma escala Likert, que previa a atribuição de uma pontuação de 1 a 5 para avaliar a naturalidade e a adequação dos role plays com base em oito parâmetros, além de perguntas abertas para que os informantes pudessem incluir observações mais gerais e justificar a pontuação atribuída. O objetivo era saber como os indivíduos avaliavam as gravações em termos de espontaneidade, verossimilhança e naturalidade e como percebiam a adequação dos role plays comparados com o que consideravam possível no cotidiano de sua língua e cultura. Outra etapa foi o processo de autoavaliação, o qual ocorre quando o próprio falante que participou da realização do role play avalia o seu desempenho, observando se o modo como produziu a interação verbal e desenvolveu as ações corresponde ao que acredita que faria na vida real. O estudo mostrou que existe uma tendência semelhante na avaliação de \"não atores\" e atores em considerar naturais e adequados os role play, além de similaridades entre a percepção dos avaliadores e dos participantes que \"atuaram\" nos role plays e também classificaram suas ações e suas falas como naturais e adequadas. |