Da possibilidade de emancipação humana: experiência formativa e elaboração do passado - contribuições de Theodor W. Adorno

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Almeida, Juliana Litvin de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-24092009-142024/
Resumo: A presente pesquisa, de cunho teórico-bibliográfico, tem por objeto a posição filosófica de Adorno relacionada à possibilidade de emancipação. Pode-se constatar na Dialética da Aufklärung que a emancipação pretendida pelo pensamento do século XVIII aquela que prometeu progresso no conhecimento da natureza, aperfeiçoamento moral, emancipação social não se concretizou, pode-se também encontrar elementos que sustentariam ainda a busca por uma emancipação autêntica. Apesar de constante e justificada dúvida quanto ao ideal iluminista de emancipação através da razão, Adorno e Horkheimer parecem ainda confiar, de certo modo, na racionalidade. É esse certo modo o alvo da análise. Assim, temse como objetivo investigar as posições teóricas de Adorno quanto ao significado e às condições de possibilidade da emancipação humana, bem como investigar até que ponto a educação, a formação cultural e a experiência, realizando tais condições, poderiam contribuir para tal emancipação. Nesse sentido, questiona-se tanto o conceito adorniano de educação, em sua busca pela produção de uma consciência verdadeira, como o de formação cultural, enquanto a cultura tomada pelo lado de sua apropriação subjetiva, assim como o de experiência, como continuidade da consciência em que perdura o ainda não existente, que deságua, por fim, no de elaboração do passado, uma vez que o passado é uma experiência única. Para tanto, a pesquisa fundamenta-se nas próprias categorias da tradição filosófica da modernidade européia, assumidas e reelaboradas por Adorno e Horkheimer na constituição da Teoria Crítica. Tem-se, como principal base teórica, a Dialética da Aufklärung, escrita em conjunto com Horkheimer; os escritos desse sobre a Teoria Crítica da Sociedade; o livro Educação e Emancipação; bem como o ensaio Teoria da Semiformação, ambos de autoria de Adorno. Assim sendo, como metodologia optou-se pela leitura, análise e interpretação de fontes primárias do pensamento adorniano, com destaque para os textos supracitados e pela leitura e estudo de fontes secundárias com vistas a colher subsídios para a compreensão e explicação das posições de Adorno. A conclusão a que se chegou é que Adorno admite e considera possível, apesar de muito difícil e bastante improvável, outra emancipação. A educação e a formação cultural, através de um processo intenso, ininterrupto e infatigável de autoreflexão, poderiam refazer a possibilidade que no presente momento encontra-se obstruída de realização da experiência, contribuindo então para essa emancipação da humanidade. Ou seja, tal efetivação tem como pressuposto uma educação e uma formação cultural, reelaboradas a partir de sua própria autoreflexão. Sendo tanto a educação quanto a formação cultural dimensões do social, sua potencialidade é limitada, daí uma possível contribuição. A efetivação de uma emancipação autêntica dependeria de uma profunda transformação do todo social.