Caracterização e mineralogia de solos desenvolvidos de folhelho e arenito

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1979
Autor(a) principal: Dechen, Sonia Carmela Falci
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11140/tde-20240301-143758/
Resumo: Com o objetivo de estudar a evolução das características pedológicas, partindo dos cambissolos em direção aos solos desenvolvidos, foi proposta a presente pesquisa. Para tanto, selecionaram-se dois perfis desenvolvidos, pertencentes ao Podzolizado de Lins e Marília - variação Marí- lia, situados no município de Monte Alto, SP e o respectivo Cambissolo. Selecionaram-se também, outros dois perfis desenvolvidos, Podzólico Vermelho Amarelo - variação Piracicaba, coletados nos municípios de Charqueada, SP e Rio Claro, SP, e os respectivos Cambissolos. Os perfis da variação Marília e Cambissolo correspondente, encontram-se sobre o Arenito Bauru, e aqueles da variação Piracicaba e respectivos Carnbissolos, sobre a Formação Estrada Nova. A evolução das características pedológicas foi analisada através de análises morfológica, granulométrica, química, mineralógica das frações areia, silte e argila, e micromorfológica em amostras dos horizontes do solo. Para os solos desenvolvidos sobre o Arenito Bauru, a evolução dos Cambissolos para os desenvolvidos implicou na evolução do horizonte câmbico, para um argílico, ocorrendo aumento da espessura do solum, tendo cor, textura e estrutura permanecido aproximadamente as mesmas. A análise granulométrica evidenciou o aumento da quantidade de argila no horizonte bem relação ao A. Dentre as características químicas, o pH permaneceu praticamente o mesmo, enquanto que as altas saturações em alumínio no Cambissolo quase desapareceram nos solos desenvolvidos, sendo tais valores relacionados mais com a mineralogia destes solos. Os altos teores de saturação em bases verificados no Cambissolo, o foram também nos desenvolvi- dos. A CTC diminuiu nos solos desenvolvidos, tendo sido esse fato atribuído à mudança dos minerais dominantes na fração argila, em cada um dos estágios de desenvolvimento do solo: mica e caolinita no primeiro e caolinita no segundo. A mineralogia da fração areia leve revelou o quartzo como o dominante, aparecendo também na fração silte, acompanhado de caolinita, feldspatos e minerais interestratificados. A +ração argila não se modificou qualitativamente durante a evolução: caolinita, mica, gibbsita e minerais interestratificados, sendo praticamente herdadas da rocha matriz. A forma de ferro dominante no Cambissolo foi a cristalina, enquanto que os amorfos predo minaram nos solos desenvolvidos, tendo sido verificada estreita relação entre o conteúdo de argila e os de ferro e alumínio. As observações micromorfológicas evidenciaram que as argilans iluviais em pequena quantidade no Cambissolo foram aumentando nos solos desenvolvidos. O plasma sépico do Cambissolo evoluiu para um plasma fracamente sépico nos solos desenvolvidos, relacionando-se com o mineral de argila dominante em ambos os estágios de evolução: mica e caolinita no primeiro e caolinita no segundo. Na evolução dos solos desenvolvidos sobre os folhelhos da Formação Estrada Nova concluiu-se que cor e estrutura foram características transmitidas aos solos desenvolvidos, posto que muito pouco se alteraram com a evolução. Já a textura evoluiu para a classe argila, acompanhada também de uma maior espessura do solum. Na análise granulométrica verificou-se que as grandes quantidades de silte do Cambissolo reduziram-se nos desenvolvidos, os quais apresentaram, contudo, um consequente aumento da fração argila, passando o câmbico para o argílico. O pH também não se alterou com o maior desenvolvimento dos perfis, enquanto que a soma de bases evoluiu para valores menores devido à maior lixiviação. Também a CTC alterou-se nos solos desenvolvidos, como consequência dos minerais de argila dominantes nesses dois estágios da evolução: mica no Cambíssolo e caolinita e mica no solo desenvolvido. A mineralogia da fração areia foi dominada pelo quartzo seguido das micas e em quantidades menores feldspatos, tanto nos Cambissolos como nos solos desenvolvidos. Considerou-se a mica presente na fração argila como herdada da fração areia, e a vermiculita como originária do intemperismo da mica. A fração silte praticamente não sofreu evolução: quartzo, micas e minerais interestratificados. Os feldspatos so apareceram nos Cambissolos e a caolinita, tendo sido verificada nos perfis mais desenvolvidos foi parcialmente considerada provir do intemperismo dos feldspatos. A mineralogia da fração argila mostrou que a mica presente no Cambissolo altera-se já nele para caolinita e nos perfis mais desenvolvidos, constatando-se ainda a presença de vermiculita e minerais interestratificados. Também nesta evolução verificou-se que o Cambissolo possuía muito mais ferro cristalino, o qual passou a amorfo nos perfis desenvolvidos. O alumínio pouca influência sofreu nos processos de evolução e ele e o ferro estão intimamente correlacionados com os teores de argila, tanto no Cambissolo como nos solos desenvolvidos. A rnicromorfologia revelou a passagem da fábrica massépica com áreas lattissépicas, para essencialmente rnassépica, correlacionada à mineralogia da fração argila. As micas presentes nos fragmentos de folhelho intemperizaram-se, aparecendo como pápulas nos perfis mais desenvolvidos.