As consequências da cooperação científica francesa (France-AmSud) na integração regional de cientistas sul-americanos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Ribeiro Neto, Paulo Henrique
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/84/84131/tde-26092019-140559/
Resumo: Esta pesquisa teve por objetivo avaliar as consequências que a delegação francesa \"France-AmSud\" teve na integração cientistas sul-americanos financiados por suas iniciativas Math-AmSud e STIC-AmSud entre os anos de 2012 e 2015. Este corpo diplomático francês na América do Sul tem como um de seus objetivos, através de suas programas acadêmicos, a criação e o fortalecimento de redes de investigação científica multilaterais entre pesquisadores franceses e sul-americanos. Sob a ótica de autores latino-americanos de teorias críticas, a interferência de um dos antigos colonizadores em nossa pesquisa científica poderia ser uma forma de recolonizar o continente. No entanto, pesquisadores vinculados a outras correntes de pensamento entendem a interação entre cientistas sul-americanos e franceses como uma oportunidade positiva que tem a capacidade de proporcionar ganhos para todas as partes envolvidas. Há ainda outros pensadores, mais vinculados com as vertentes realistas em Relações Internacionais, que desconsideram a importância de atividades desse tipo para a arena internacional. As três correntes de pensamento supracitadas foram utilizadas como bases teóricas para as hipóteses. Dos 39 projetos apoiados e concluídos pelos programas Math-AmSud e STIC-AmSud entre 2012 e 2015, três foram selecionados como estudos de caso. Coordenadores sul-americanos destes projetos, membros de instituições universitárias de cinco países da região (Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai), foram entrevistados para esta pesquisa. As três hipóteses inicialmente formuladas foram observadas nos estudos de caso, embora em diferentes graus. Uma quarta ocorrência, não prevista pelas hipóteses, também foi detectada por meio do estudo empírico dos programas de cooperação científica. Os resultados obtidos não fornecem uma resposta única à problemática estudada, mas demonstram que, devido à complexidade do sistema internacional na contemporaneidade, as categorias colonizadores e colonizados (embora não devam ser totalmente descartadas) são, por si sós, insuficientes para explicar a realidade da cooperação científica Norte-Sul. Ademais, o presente trabalho reverbera a necessidade de uma ampliação do campo das Relações Internacionais para a inclusão de novas temáticas, como é o caso das relações acadêmicas entre os países.