Manejo de Tetranychus urticae Koch (Acari: Tetranychidae) em plantas ornamentais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Bellini, Marcos Roberto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-26092008-111138/
Resumo: O cultivo de flores iniciou-se no Brasil como atividade econômica em maior escala a partir de 1960. Atualmente, cerca de 5.000 produtores dedicam-se à floricultura em todo país. O setor gera um faturamento estimado em U$ 400 milhões/ano. No varejo, o faturamento é estimado em U$ 1,3 bilhões/ano. Acredita-se que a floricultura brasileira gera atualmente entre 120 a 160 mil empregos, caso seja considerada toda a cadeia produtiva que envolve o campo, a distribuição, o comércio varejista e os segmentos de apoio. O ácaro rajado, Tetranychus urticae Koch, é uma das principais pragas em plantas ornamentais, com destaque para o cultivo de gérberas e roseiras. O uso excessivo de acaricidas para o controle desta praga tem trazido sérios problemas ao ambiente e à saúde humana. Diversos trabalhos têm mostrado o potencial dos ácaros predadores da família Phytoseiidae para o controle de T. urticae. Alguns parecem ser promissores no controle daquela praga, sendo Neoseiulus californicus (McGregor) um deles. No Brasil, não há nenhuma informação sobre o potencial deste predador em cultivos comerciais de gérberas e roseiras. O objetivo do presente trabalho foi: estabelecer estratégias de manejo de T. urticae em cultivos de gérberas e roseiras; estabelecer um sistema de criação massal de N. californicus; determinar o ciclo de vida de duas espécies de ácaros predadores que pudessem ser eventualmente utilizadas em futuros estudos ou estratégias de manejo de pragas daquelas culturas. Uma metodologia para estimar a densidade populacional de T. urticae sobre Canavalia ensiformis (L.) DC foi determinada (para sistemas de criação massal de ácaros predadores) através da contagem de T. urticae em 3 regiões de 1 cm2 cada (base, meio e ápice). A maior precisão na determinação do número total de ácaros na folha foi obtida através da estimativa dos ácaros na região basal e do somatório das 3 regiões [coeficiente de determinação (r2) = 0, 63 e 0,85, respectivamente]. O sistema de produção massal de N. californicus mostrou-se satisfatório. A partir de uma estrutura simples e com um custo relativamente baixo foi possível produzir até 300.000 ácaros predadores a cada 15 dias nos períodos mais quentes do ano. Em relação às tabelas de vida dos predadores estudados, Proprioseiopsis cannaensis (Muma) e Neoseiulus barkeri Hughes não completaram o desenvolvimento quando alimentados com Phyllocoptruta oleivora (Ashmead). Os valores de rm de P. cannaensis foram -0,05, -0,09 e 0,002 alimentado com Brevipalpus phoenicis (Geijskes), T. urticae e pólen de Typha angustifolia L, respectivamente. Os valores de rm de N. barkeri foram -0,03, 0,139 e 0,141, alimentado com B. phoenicis, T. urticae e pólen, respectivamente. N. barkeri parece ter potencial no controle de ácaros Tetranychidae, embora situações de campo devam ser testadas. Em relação às liberações de N. californicus em cultivos de gérberas e roseiras, os resultados foram altamente satisfatórios. Além de menor impacto ambiental, a utilização deste predador associada às aplicações de acaricidas seletivos mostrou-se uma alternativa eficiente e economicamente viável no controle de T. urticae.