Aspectos e implicações associados à aceitabilidade de simulacros de materiais de origem animal, em materiais artificiais, no vestuário de usuários vegetarianos veganos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Araujo, Gabriella Ribeiro da Silva e
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/100/100133/tde-15022017-101354/
Resumo: Em relação ao vestuário utilizável pelo público vegano (indivíduos que se abstêm, por motivos éticos e/ou ideológicos, na medida do possível, do consumo de produtos e serviços provenientes do reino animal), há diversas alternativas sintéticas aos materiais de origem animal que os substituem em suas funções práticas, estéticas e/ou simbólicas. De arremedos burlescos a imitações fidedignas da realidade, simulacros de peles, penas, pelos, ossos e secreções de animais, à primeira vista, de perto, de longe e/ou aos olhos de leigos, em diferentes graus de realismo, figuram aspectos estéticos e sensoriais que os tornam difíceis de serem distinguidos de genuínos materiais de origem animal. Neste contexto, o presente estudo concerne uma investigação qualitativa exploratória de caráter sobretudo fenomenológico, acerca da reflexão sobre a problemática de possíveis implicações conceituais e práticas mais notáveis, sob o enfoque ético, estético, sociológico, semiótico e prático, da ideia de simulacro, emulação e cópia de materiais de origem animal e/ou que façam referência, alusão ou evoquem aspectos exteriores de corpos de animais em vestuário de veganos. Para tanto, a partir de levantamentos de comentários de usuários veganos em redes sociais da internet, aplicação de questionários e entrevistas em profundidade com usuários, ativistas do movimento vegano e especialistas teóricos, espera-se, com esta contribuição, iluminar os campos do design de moda, do veganismo e, consequentemente, dos direitos dos animais. Alguns dos resultados desta investigação sugerem, por exemplo, que, enquanto, para alguns usuários, o recurso a alternativas consideradas como veganas seria aceitável pelo fato de substituírem atributos funcionais, estéticos e até afetivos de roupas e acessórios diretamente associados, por eles, a sofrimento, para outros usuários, seria objeto de reprovação. Segundo parte dos respondentes, devido ao razoável grau de fidedignidade de vários destes simulacros, o mero uso deste tipo de material artificial resultaria pouco aceitável por ser insuficientemente discernível de materiais derivados de corpos de animais. Nestes casos, esta verossimilhança poderia, segundo eles, indiretamente promover a ideia de que o uso de materiais de origem animal seria admissível, contribuindo, assim, para estimular o consumo de vestuário não condizente com a ideologia que adotam