Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Guilherme, Maria Lucia |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8163/tde-22012024-160005/
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Resumo: |
Vaticano II é o nome do último concílio realizado pela Igreja Católica e ocorreu de 1962 a 1965. Constou entre seus documentos finais uma declaração de nome Nostra Aetate que aborda a relação da Igreja com as religiões não cristãs. Nela, o artigo 4o destina-se especificamente às relações entre cristãos e judeus. Este documento se contrapõe a todo o discurso anterior da Igreja Católica que, desde o primeiro concílio datado do ano 325, dezesseis séculos antes, tinha uma forte pregação antijudaica que determinava a conversão forçada ou perseguição, expulsão e morte àqueles que não aceitassem agir conforme suas determinações. Esta nova declaração, atendendo forçadamente a demandas do mundo moderno, trazia em sua mensagem a palavra: diálogo. Pautados em pressupostos teóricos do filósofo da linguagem Mikhail Bakhtin, sobre gêneros do discurso, analisamos este documento visto como inovador, aplicando o método qualitativo-interpretativo de pesquisa. Elencamos as possibilidades de diálogo do texto da Nostra Aetate a partir das vozes que a análise linguística revelava. Com os resultados, construímos uma narrativa onde pode-se observar as relações de aproximação e afastamento entre cristãos e judeus sendo marcadas de um lado pelas decisões conciliares que interviram de forma direta nestas relações e que representam o poder da Igreja e das monarquias; e de outro lado, pelo movimento de indivíduos que, independente de terem ou não vínculos com instituições, se opunham ao caráter violento da opressão destas decisões. Estes indivíduos, através do estudo da história e do que havia em comum entre estas duas tradições, encontraram elementos para desconstruir a história de oposição arquitetada por séculos. Indicamos a participação do historiador francês-judeu Jules Isaac como pedra fundante deste movimento. Uma vez reconhecida esta dentre outras participações, nos voltamos para a análise do segundo texto: o livro Le Judaïsme de Dominique de La Maisonneuve. Fazer esta leitura sob a perspectiva Bakhtiniana, nos permitiu registrá-lo como ato responsivo à proposta de diálogo entre cristãos e judeus feito pela Nostra Aetate. A autora do livro é membro da Congregação Notre Dame de Sion. Esta Congregação, antes da Nostra Aetate, dedicava-se à conversão de judeus e, a partir da publicação desta declaração, passou a travar diálogos para aproximação entre cristãos e judeus através do estudo de suas tradições. No livro Le Judaïsme, Maisonneuve registrou o resultado de seus estudos sobre a cultura judaica com a finalidade de trazer para o mundo cristão aspectos desta cultura a fim de promover o entendimento e a aproximação. |