Determinação da composição da película adquirida formada sobre o esmalte humano in vivo e da sua modificação após estimulação química e mecânica do fluxo salivar: estudo proteômico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Santos, Flávia Zaidan Cardoso dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/25/25149/tde-04122013-091600/
Resumo: Determinação da composição da Película Adquirida formada sobre o esmalte humano in vivo e da sua modificação após estimulação química e mecânica do fluxo salivar: estudo proteômico. Todas as superfícies sólidas expostas na cavidade bucal são cobertas por uma camada proteinácea denominada película adquirida do esmalte. Trata-se de um filme orgânico, livre de bactérias, que recobre os tecidos dentários e é composto basicamente por proteínas. Diversos trabalhos têm se concentrado na caracterização e no impacto protetor da película adquirida formada sobre a superfície do esmalte. Porém tanto para a película adquirida formada sobre o esmalte in situ quanto in vivo, as considerações sobre o tipo de saliva que contribuiu para sua formação são bastante limitadas, senão inexistentes. Com base nisto, o objetivo deste estudo foi comparar o perfil proteico em películas adquiridas formadas in vivo sobre o esmalte humano em condições de repouso, bem como analisar as películas formadas após estimulação salivar mecânica e química, através de espectrometria de massa. Os experimentos foram realizados por três dias consecutivos, seguindo um delineamento cruzado. Em cada dia, os voluntários (n=9) receberam uma meticulosa profilaxia dentária. Em seguida, aguardaram por duas horas para que a película adquirida fosse formada naturalmente sobre o esmalte (saliva não estimulada Grupo 1, controle). Após o período em questão, cada quadrante da boca foi enxaguado, seco e a película adquirida foi então coletada com auxílio de um papel filtro de eletrodos (electrode wick filter paper, Bio-Rad) embebido em ácido cítrico 3%. Os procedimentos descritos acima foramrepetidos em outros dois dias consecutivos para cada voluntário, sendo que em um dos dias os voluntários estimularam o fluxo salivar mecanicamente (saliva com estimulação mecânica Grupo 2), através da mastigação de Parafilm®, durante o mesmo período de tempo. Em outro dia, o fluxo salivar foi estimulado através de gotejamento de ácido cítrico 2% (p/v) em ambas as bordas laterais da língua, em intervalos de 1 minuto, durante o mesmo período de tempo. O restante dos procedimentos foi repetido como descrito. Para cada grupo, foi feito um pool com os papéis de filtro dos 9 voluntários. Após extração e digestão das proteínas presentes nos papéis, foi realizada a separação dos peptídeos por nano-HPLC (nano- Cromatografia Líquida de Alta Performace) interligada a um espectrômetro de massa (LC-ESI-MS/MS). Os dados MS/MS obtidos foram processados e pesquisados junto ao banco de dados de proteínas humanas (UniProt and TrEMBL, Swiss Institute of Bioinformatics) utilizando algorítimo SEQUEST no software Proteome Discoverer 1.3 (Thermo Scientific). Foram detectadas no total 115 proteínas/peptídeos identificados por pelo menos dois peptídeos. Todos apareceram em pelo menos três corridas de cada Grupo, sendo que 51 proteínas apareceram nos três grupos. O perfil protéico da película adquirida foi semelhante em todos os grupos, embora tenham sido detectadas proteínas específicas para cada grupo. Utilizando a tecnologia de quantificação SIEVE, foi observado que a concentração de proteínas foi maior nos grupos nos quais houve estimulação salivar (2 e 3). Os resultados sugerem que a estimulação do fluxo salivar, tanto mecânica quanto química, promove a formação de película adquirida com maior concentração de proteínas protetoras como anidrase carbônica, mucinas, cistatinas e imunoglobulinas, o que pode resultar num maior caráter protetor para o esmalte dentário. Contudo, são necessários mais estudos para se compreender por completo o complexo processo de formação (mediante variadas condições) e as dinâmicas funções deste importante tegumento.