Estudo sobre o efeito tripanocida e antioxidante do ácido ascórbico no tratamento da doença de Chagas experimental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Providello, Maiara Voltarelli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/60/60135/tde-05102022-112652/
Resumo: A doença de Chagas afeta hoje, aproximadamente, sete milhões de pessoas em todo o mundo. Causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi (T. cruzi), a patologia compreende os estágios agudo e crônico. As manifestações em órgãos-alvo, como coração e trato digestivo, são consequência da persistência parasitária nos tecidos deflagrando uma intensa resposta inflamatória com consequente aumento do estresse oxidativo. Atualmente, o tratamento se baseia no uso de dois compostos nitroheterocíclicos, benznidazol (BZ) e nifurtimox, estando apenas o primeiro disponível no Brasil. Estudos recentes demonstraram que o BZ reduz a carga parasitária, mas falha em, de fato, curar a infecção ou combater danos teciduais previamente instaurados. Com isso, a demanda por novas opções terapêuticas torna-se essencial e considerando as décadas em que o desenvolvimento de novas moléculas vêm falhando, a pesquisa com BZ em novos protocolos terapêuticos (regimes drug-sparing), associados ou não a outras substâncias, parece promissora. Nesse estudo, foi avaliado o papel tripanocida e antioxidante bem como os possíveis efeitos tóxicos de uma baixa dose de BZ (25mg/kg/dia) associada a duas doses de ácido ascórbico (aa =7,14 mg/kg/dia e AA=88,1 mg/kg/dia). Camundongos Swiss fêmeas e a cepa Y de T. cruzi foram usadas em modelos agudo e crônico de infecção. Os resultados demonstraram que, de modo geral, usar uma baixa dose de BZ pode reduzir alguns efeitos tóxicos da terapia e o tratamento combinado com o antioxidante trouxe melhorias em ambas as fases da doença, seja aumentando a atividade tripanocida ou melhorando o controle redox. Em especial durante a fase crônica, as terapias associadas promoveram também a redução nos títulos de anticorpos, o que pode indicar benefícios em longo prazo. Juntos, esses achados reforçam a necessidade de se explorar variações nos protocolos terapêuticos empregando BZ e que o ácido ascórbico poderia atuar como um adjuvante no tratamento da infecção chagásica, provendo melhorias nas fases aguda e crônica da doença.