Ação dos ácaros Polyphagotarsonemus latus (Banks, 1904) e Tetranychus (T.) urticae Koch, 1836, na depreciação quantitativa e qualitativa da produção algodoeira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1972
Autor(a) principal: Oliveira, Carlos Amadeu Leite de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://teses.usp.br/teses/disponiveis/11/0/tde-20240301-144240/
Resumo: No decorrer dos anos agrícolas de 1969/70 e 1970/71, foram desenvolvidas pesquisas relacionadas com os efeitos das infestações dos ácaros “branco” - Polyphagotarsonemus latus (Banks, 1904) Beer & Nucifora, 1965 e “rajado” - Tetranychus (T.) urticae (Koch, 1836) Boudreaux e Dosse, 1963 em algodoeiros, visando determinar a importância econômica desses frequentes acarinos de nossa principal malvácea, julgados como responsáveis por substanciais reduções da produtividade algodoeira no Estado de São Paulo. Para tanto, foram instalados seis ensaios de campo no município de Jaboticabal, correspondendo dois para o acaro “branco” e quatro para o “rajado”, todos localizados na área destinada aos experimentos de campo da Faculdade de Medicina Veterinária e Agronomia de Jaboticabal, conduzidos no sentido de esclarecer a expressão dos danos quantitativos e qualitativos das pragas na produção. Além da avaliação dos prejuízos ocasionados pelas pragas à produção, procedeu-se a diversos levantamentos da população infestante do Tetranychus (T.) urticae, a fim de registrar as possíveis variações da intensidade de ataque do ácaro. Paralelamente a essas determinações, foi possível estabelecer-se a evolução dos danos produzidos por ambos os ácaros no sistema folhear das plantas e também dos sintomas característicos de seus ataques. Através desta Última determinação, verificou-se que o Polyphagotarsonemus latus confere danos mais acentuados às folhagens do ponteiro das plantas, do que às localizadas na parte mediana e baixeiro do algodoeiro. Antes mesmo de se proceder à colheita dos campos, estimou-se a influência do Tetranzchus (T.) urticae na redução quantitativa da produção, mediante o levantamento do número médio das maçãs por planta nas diversas parcelas experimentais, cujas reduções oscilaram entre 10, 11 e 16,90%, como decorrência dos estragos produzidos pelo ácaro à vegetação das plantas. Relativamente às reduções quantitativas da produção, baseadas no peso de algodão em caroço colhido de cada parcela experimental, os resultados médios coligidos evidenciaram que o ácaro “branco” determinou “queiras” que atingiram a 11,1%, e, o ácaro “rajado”, reduções que oscilaram de 17,2 a 26,3%, de conformidade com os níveis de infestação verificadas. Quanto ao efeito do Tetranychus (T.) urticae sobre outras características quantitativas da produção, os estudos evidenciaram que o acarino afetou, consideravelmente, as seguintes: número de maças e capulhos (16,9%), peso do capulho (de 11,6 a 14,3%), peso das fibras (de 11,6 a 17,0%), número de sementes (de 8,3 a 11,0%), peso das sementes (de 11,7 a 13,8%), Índice de sementes (7,8%), porcentagem de fibra (de 1,6 a 2,6%) e Índice de fibra (8,1%). Com relação aos prejuízos determinados às qualidades das fibras, as pesquisas mostraram que o ácaro Polyphagotarsonemus latus, depreciou, razoavelmente, algumas características de enorme valor comercial, como sejam: comprimento (1,8%), uniformidade (3,1%), finura (5,5%) e resistência(3,5%). Ao contrário do que seria lícito esperar, entretanto, a praga não prejudicou a resistência do fio. As depreciações decorrentes das infestações do Tetranychus (T.) urticae sobre as características das fibras, foram mais acentuadas que aquelas verificadas com a outra espécie, pois reduziu o comprimento em 3,0 a 3,1%, a finura em 6,5 a 11,6%, a resistência do fio em 4,2 a 4,7% e a maturidade da fibra em 7,3%. A exemplo do constatado com as fibras, as características das sementes também sofreram reduções decorrentes das infestações de Tetranychus (T.) urticae, como sejam: Índice de germinação (3,4%), porcentagem de matéria graxa (4,1%), porcentagem de matéria graxa na matéria seca (3,6%), porcentagem de matéria seca (0,5%) e umidade das sementes (6,7 %). Saliente-se, no entanto, que algumas outras qualidades da semente, entre as quais a porcentagem de amêndoa e a porcentagem de casca, não foram prejudicadas em decorrência das infestações do ácaro “rajado”.