Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Esper, Larissa Horta |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17148/tde-31082016-113457/
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Resumo: |
O consumo de bebidas alcoólicas durante o período gestacional está relacionado a diversos prejuízos para a saúde materna e do bebê. O uso desta substância por gestantes pode aumentar o risco de trabalho de parto prematuro, aborto espontâneo, descolamento de placenta e aumento de pressão arterial. Em relação ao filho, o álcool pode causar deficiência no crescimento intrauterino, malformações físicas, a Síndrome Fetal do Álcool (SFA), danos cognitivos e problemas comportamentais que podem perdurar por toda a vida da criança. Embora exista uma tendência a diminuição do consumo de álcool durante o período gestacional, observa-se que uma parcela de mulheres persiste no consumo abusivo. Dessa forma, a identificação dos aspectos psicossociais relacionados com o uso de álcool torna-se importante para compreender melhor quais os fatores relacionados com este comportamento. O estudo teve como objetivo avaliar comparativamente os aspectos psicossociais associados com o uso de álcool em amostra de gestantes com diferentes padrões de consumo: abstinentes, consumidoras de risco, consumidoras nocivas e com provável dependência de álcool. Os fatores predisponentes para a SFA (conforme modelo adaptado de Abel & Hannigan) e o modelo psicossocial para compreensão do problema foram utilizados para seleção dos aspectos psicossociais considerados relevantes nesta pesquisa. Durante o desenvolvimento do estudo, a pesquisadora realizou estágio de doutorado no exterior na University of North Carolina at Chapel Hill (EUA) para treinamento clínico e científico. Trata-se de um estudo com delineamento transversal, observacional e comparativo. A coleta de dados foi realizada através de entrevistas semiestruturadas com gestantes atendidas em unidades básicas de saúde, maternidade e em serviço especializado em atendimento a mulheres farmacodependentes. Os resultados apontaram que gestantes com maior gravidade de consumo tiveram maior propensão à morbidade psiquiátrica (F=15,1; p<0,001), maior número de eventos estressores (F=21,9; p<0,001), menor suporte social (F=9,2; p<0,001), menor habilidade de coping (F=6,5; p<0,001), menor conhecimento sobre os danos associados ao uso de álcool na gestação (F=7,2; p<0,001) e tinham companheiro com uso de álcool (?²=5,8; p<0,01) e/ou drogas ilícitas (?²=24,3; p<0,001). A análise de regressão logística multivariada identificou quatro principais variáveis associadas à maior gravidade de uso de álcool: Estresse, Sintomas psiquiátricos, Uso de álcool e drogas do companheiro, Crenças e conhecimentos sobre o uso de álcool na gestação. Sendo assim, as gestantes com maior consumo de bebidas alcoólicas apresentaram aspectos psicossociais que as diferiram das gestantes abstinentes ou com consumo de risco de álcool. O estudo contribui ao evidenciar fatores que podem aumentar, ou ainda, moderar o consumo de álcool de gestantes. A gestação é um momento propício para auxiliar a mulher no abandono do uso de substâncias como bebidas alcoólicas. Os profissionais que atendem essa população podem avaliar tais aspectos psicossociais e detectar gestantes com maior vulnerabilidade para o uso de álcool. Portanto, o conhecimento sobre esta relação é importante para intervenções profissionais efetivas, formulação de estratégias de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento, assim como uma melhor fundamentação de políticas públicas na área de saúde materno-infantil. |