Filogenia de rutaceae e revisão de Hortia Vand

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Groppo Junior, Milton
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-17012024-154225/
Resumo: Este trabalho consistiu na revisão e estudo palinológico de Hortia Vand., além de um estudo filogenético de Rutaceae baseado em duas regiões não codificantes do ADN do cloroplasto. Está dividido em 3 capítulos: 1) Revisão da Hortia Vand. (Rutaceae). Uma revisão taxonômica do gênero Hortia(Rutaceae) é apresentada. Trata-se de um táxon neotropical, com a maioria das suas espécies ocorrendo na região amazônica, caracterizadas por serem espécies lenhosas, quase todas arbóreas, de folhas simples agrupadas próximo ao ápice dos ramos, inflorescências terminais lenhosas, amplas e vistosas, flores avermelhadas a róseas e frutos bagas com glândulas oleíferas abundantes. São reconhecidas dez espécies para o gênero, a maioria delas ocorrendo no Brasil. Chave para as espécies, descrições, ilustrações, sinônimos e comentários sobre a fenologia, distribuição geográfica, usos econômicos e ecologia de cada espécies são apresentados. 2) Morfologia polínica em espécies de Hortia. Um estudo palinológico de todas as 10 espécies do gênero neotropical Hortia Vand. (Rutaceae) foi realizado. A análise confirmou informações em publicações prévias de que o gênero é estenopolínico, com grãos de pólen subprolatos ou prolatos, 3-colporados, com exina muito espessa e padrão de ornamentação psilado-perforado. Apesar do gênero ser bem caracterizado palinologicamente, o pólen de todas as espécies mostrou grande similaridade, sem variações significativas no padrão deornamentação da exima, número e forma das aberturas e medidas. As características polínicas também não fornecem informações para o posicionamento de Hortia em uma classificação intrafamiliar. 3) Filogenia e classificação de Rutaceae bseada em duas regiões não codificantes do ADN do cloroplasto. Uma análise filogenética de Rutaceae, incluindo representantes de todas as subfamílias, tribos e a maioria das subtribos (59 gêneros, 65 espécies, mais que 1/3 dos gêneros estimados para a família) foi realizada. Esta análise utilizou duas regiões não codificantes do ADN do cloroplasto: o íntron do rps-16 e a região trnL-trnF. Este estudo incluiu uma amostragem maior da subfamília Toddalioideae e de grupos neotropicais do que estudos anteriores. As árvores de consenso obtidas nas análises isoladas e combinadas são congruentes e concordam com os resultados obtidos com análises de seqüências de rbcL e aptB em estudos anteriores. Esta filogenia confirma que Simaroubaceae e Meliaceae são as famílias mais próximas a Rutaceae, e que Cneorum, Ptaeroxylon, Spathelia e Dictyoloma formam um clado basal irmão ao restante das Rutaceae. Com excessão de Aurantioideae, nenhuma das subfamílias com mais de um gênero surgiram como monofiléticas. Características do gineceu, sementes e embriões não são de valor para a circuscrição das subfamílias. Conseqüentemente, a classificação subfamiliar vigente não pode ser sustentada, propondo-se aqui o reconhecimento de apenas duas subfamílias: Rutoideae e Spathelioideae. Apesar de monofilética, Aurantioideae é reduzida à tribo e incluída em Rutoideae por causa do posicionamento de Ruta. Além disso, a circunscrição das tribos e algumas subtribos em Rutoideae também deverão ser revistas. Os resultados aqui obtidos são discutidos à luz da distribuição geográfica dos vários grupos estudados, e à luz de dados provenientes do registro fóssil, cariológicos, quimiossistemáticos, e de dados moleculares provenientes de outros estudos.