O impacto agudo da associação de lipemia pós-prandial e distúrbio no padrão de fluxo sanguíneo na função endotelial, estresse oxidativo e microvesículas endoteliais, em indivíduos saudáveis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Araujo, Gustavo Souza Mendonça de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5160/tde-27042022-160604/
Resumo: Introdução: A disfunção endotelial tem papel central no desenvolvimento da doença cardiovascular aterosclerótica. Lipemia pós-prandial (LPP) e distúrbio no padrão de fluxo sanguíneo (DPFS) são estímulos que prejudicam a função endotelial, associados com aumento de estresse oxidativo e microvesículas endoteliais (MVEs). No entanto, se a combinação desses estímulos amplifica a perda de função do endotélio é completamente desconhecido. Objetivos: Determinar se associação de LPP mais DPFS (LPP mais DPFS) provoca maior redução na função endotélio-dependente da artéria braquial do que a LPP mais normal padrão de fluxo sanguíneo (LPP mais NPFS); 2) Determinar se associação LPP mais DPFS induz maior aumento em marcadores de estresse oxidativo e MVEs do que a LPP mais NPFS. Métodos: 18 voluntários saudáveis de ambos os sexos (idade 28±1,0 anos, índice de massa corporal 24,43±0,8 Kg/m2 ) foram arrolados para o estudo. Todos os voluntários foram submetidos à anamnese, avaliações hemodinâmica e antropométrica em repouso e, exame de sangue após 8-12 horas de jejum. Para testar os objetivos do estudo os participantes foram submetidos, randomicamente, a duas sessões experimentais: LPP mais NPFS e LPP mais DPFS. Na sessão LPP mais NPFS os voluntários foram submetidos a uma sobrecarga de gordura, através da ingestão de uma pizza de muçarela com um total de 460g, sendo 59,4g de gordura, 102g de carboidrato e 72g de proteína). Antes (Basal) e após a sobrecarga de gordura (30, 90 e 150 min) os pacientes foram submetidos à coleta de sangue para análise do perfil lipídico (colesterol total e frações e triglicerídeos) e glicídico (glicose), estresse oxidativo [NADPH oxidase, substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), peróxido de hidrogênio (H2O2) e poder de redução férrica (FRAP)] e, avaliações do perfil de fluxo sanguíneo e função endotélio-dependente da artéria braquial, via dilatação mediada pelo fluxo (DMF, Ultrassom) . LPP mais DBFS seguiu o mesmo protocolo, porém uma manobra de indução de distúrbio de fluxo sanguíneo por 30 min, via manguito de pressão insuflado a 75 mm Hg, foi realizada em três momentos (0, 60 e 120 mim) durante a sessão. Resultados: A sobrecarga de gordura, via ingestão da pizza, foi capaz de provocar hipertrigliceridemia em ambas as sessões (p<0,001). A resposta de shear rate (SR) retrógrado e SR oscilatório foram significativamente maiores na sessão LPP mais DPFS do que na sessão LPP mais NPFS (p<0.01 para ambas as variáveis). LPP mais NPFS e LPP mais DBFS reduziram similarmente a DMF nos momentos 30, 90 e 150 (p<0,05 para todas as variáveis). Contudo, no momento 150 min a redução nesta variável foi maior na sessão LPP mais DPFS (p<0,05). Em relação ao estresse oxidativo, verificamos que a NADPH oxidase e H2O2 aumentaram similarmente em ambas as sessões (p<0,05), mas o TBARS e o FRAP não sofreram alterações (p>0,05). As MVEs aumentaram similarmente em ambas as sessões (p<0,05). Conclusão: Coletivamente, esses dados indicam que associação de LPP mais DPFS aditivamente prejudica a função endotélio-dependente da artéria braquial em indivíduos saudáveis, apesar de um aumento similar em NADPH oxidase, H2O2 e MVEs. Além disso, LPP mais DPFS e LPP mais NPFS não modificaram os níveis plasmáticos de lipoperoxidação lipídica (TBARS) e de defesa antioxidante, avaliado por FRAP. Portanto, mais estudos são necessários para descrever os mecanismos associados com disfunção endotelial induzida pela associação de LPP e DBFS