A engenharia das águas saneadas: planejamento, construção e uso do sistema de saneamento da capital mineira (Belo Horizonte, 1890- 1910)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Tedeschi, Denise Maria Ribeiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-26052022-113127/
Resumo: O objetivo deste trabalho foi investigar o processo de planejamento, construção e uso do sistema de saneamento da cidade de Belo Horizonte (Minas Gerais) no período de 1890 a 1910. A nova capital mineira, Belo Horizonte, foi projetada e construída para sediar o poder político-administrativo do estado. A tese contempla três momentos da história do saneamento na cidade: o processo de escolha da cidade, a construção do sistema de saneamento e o uso e acesso às águas saneadas pela população. Dessa forma, na primeira parte, aborda-se a trajetória profissional dos engenheiros-cientistas atuantes e a emergência da especialização sanitária, bem como as controvérsias e debates acerca dos serviços de água e esgoto no período. Na sequência, investiga-se os engenheiros-cientistas da Comissão Construtora da Nova Capital na tarefa de implantar o abastecimento de água e esgoto na capital moderna. Persegue-se a rede de aliados humanos e não humanos arregimentados durante o processo de planejamento e execução das obras hídricas. Por fim, trata-se do acesso ao saneamento pelos habitantes após a inauguração de Belo Horizonte. Quem teve acesso às águas saneadas? Como o serviço era administrado pela municipalidade? Adentra-se no espaço da cidade vivida, dos gestores e das divisões socioespaciais e hídricas da capital. Busca-se, portanto, compreender a emergência do fenômeno saneamento, o qual inaugurou um novo formato na relação entre as águas e os habitantes da cidade a partir da experiência urbana de Belo Horizonte. Conclui-se que o saneamento moderno foi resultante de múltiplos movimentos, como a emergência do saber sanitário entre o coletivo de engenheiros-cientistas, a inserção definitiva do estado na administração e expansão desse serviço de forma contínua e a inserção das águas saneadas como elemento característico do formato moderno, higienista e segregado de cidade na Primeira República. As fontes documentais utilizadas nesta pesquisa foram relatórios de comissões, de prefeitos e de presidentes de Estado, jornais mineiros e periódicos especializados em engenharia à época, crônicas e textos de memorialistas, bem como o acervo histórico da Comissão Construtora da Nova Capital. As fontes pesquisadas se encontram no Arquivo Público Mineiro, Arquivo da Cidade de Belo Horizonte, Museu Histórico Abílio Barreto, Coleção Linhares e Biblioteca Nacional.