Papel Da Síntese Translesão Na Resistência À Cisplatina E TMZ Em Células De Glioma.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Latancia, Marcela Teatin
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/87/87131/tde-06042023-100213/
Resumo: O glioblastoma é um câncer que, em geral, apresenta mau prognóstico, onde a recidiva é quase sempre certa. As polimerases de síntese translesão (TLS) são enzimas capazes de replicar o DNA contendo lesões não removidas por outros mecanismos de reparo. As células tumorais podem utilizar esse mecanismo para sobreviver a lesões causadas pelos quimioterápicos (QMT), sendo, portanto, um possível mecanismo de resistência aos tratamentos. Além disso, esse processo de TLS é sujeito a erro e pode levar à mutagênese, podendo aumentar o potencial de resistência das células tumorais. O tratamento com QMT, como cisplatina ou temozolomida (TMZ), por exemplo, induzem lesões no DNA a fim de induzir morte das células tumorais. Pouco é conhecido sobre o papel das polimerases TLS na resposta ao TMZ. Portanto, identificamos uma lista de genes associados à resistência ao TMZ, utilizando uma biblioteca de genes ativados ou nocauteados pelo sistema CRISPRCas9. Nesta lista, destaca-se a participação de algumas polimerases TLS, como, Pol e Pol . Assim, nosso objetivo é compreender melhor o papel das polimerases TLS, em especial Pol , Pol e Pol , na resistência à cisplatina e a TMZ, QMT utilizado em protocolos terapêuticos de glioma. Inicialmente, tratamos células POLH mutadas (XP-V) e células complementadas para este gene (XP-V comp) com TMZ. Observamos que células XP-V são mais sensíveis ao TMZ, indicando que Pol deve ser importante para superar o dano no DNA. Desenvolvemos células de U251-MG nocautes para os genes das polimerases POLK e POLI pelo sistema CRISPR/Cas9. Essas células mutadas também tiveram sua viabilidade diminuída após tratamento com TMZ, aumento do estresse genotóxico e parada de ciclo celular, principalmente em fase G2, mas não em fase S - após 48 h de tratamento em todas as três células mutadas, não observado em células controle, selvagens para esses genes. Para aprofundarmos a investigação na replicação do DNA, realizamos ensaios de fibra de DNA, e, surpreendentemente, não observamos diferença entre as células mutadas para POLK e as células selvagens tratadas com TMZ. Concluímos que as polimerases TLS protegem as células tumorais do dano causado por TMZ, e, portanto, desempenham função importante em superar a resistência a este quimioterápico. Pretendemos ainda compreender como a replicação é afetada nas células tratadas com TMZ. A ausência de parada em fase S, onde geralmente essas enzimas atuam, e a falta de efeito no progresso da forquilha de replicação indicam que o papel desempenhado por essas polimerases na resistência ao TMZ pode ser além da TLS. Estamos, portanto, buscando outras possíveis funções responsáveis pelos efeitos observados. Assim, queremos entender melhor o mecanismo de resistência promovido pelas polimerases de TLS e buscar novos alvos que colaborem com a quebra de resistência à TMZ utilizada na clínica para tratamento de glioma, para assim contribuir para melhorar o prognóstico dos pacientes com essa neoplasia.