Nacionalismos dos Eslavos-do-sul de 1848 aos dias de hoje: um estudo sobre a relação entre espaço, identidade e poder

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Momce, Adilson Prizmic
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-01122009-113401/
Resumo: Esta dissertação reflete sobre os motivos da integração e desmembramento de povos que produzem um espaço comum. Verificam-se aspectos comuns da ideologia iugoslavista do século XIX com as políticas nacionalistas do século XX, visando manifestações de poder comprometidas com a criação de Estados independentes. Sustenta-se que os partidos nacionalistas, antes da 1ª Guerra Mundial, não se rotulavam como partido dos trabalhadores, nem levantavam a bandeira socialista. Além disso, os mentores da unificação dos povos suleslavos almejavam o desenvolvimento comercial e industrial de suas regiões, mas não recebiam apoio das potências européias, nem eram liderados ou financiados por uma elite burguesa. Tentamos demonstrar que, neste primeiro momento do nacionalismo, os eslavosdo- sul realizaram sua união muito mais por iniciativa própria contra a política do Vaticano; contra o atraso feudal; contra a aculturação germânica, e que as intervenções externas favoráveis à formação de Estados eslavos nos Bálcãs foram relevantes somente com o descrédito socialista, uma vez que o Estado iugoslavo não proporcionou a democrática participação entre seus concidadãos nas atividades políticas e econômicas, ensejando o separatismo ultranacionalista. A morte do marechal Tito, em 1980, ressuscitou a intolerância de croatas e eslovenos em relação à centralização governamental dos dirigentes sérvios, os quais não souberam articular uma flexibilização política. É neste segundo momento que as potências internacionais realizaram intervenções concretas a favor da dissidência dos demais nacionalismos latentes, entre os eslavos-do-sul, que acabaram ganhando vida própria, respaldando os emblemas de espaço produzido por cada nacionalidade individualizada, no fundo, uma exploração ideológica de líderes locais formadores de opinião pública, os quais encontraram respaldo no interesse das potências ocidentais em se expandir no Leste Europeu e liquidar o socialismo. Considerando a formação do Estado, seja iugoslavo, sérvio, croata, etc., este estudo expõe a influência política pela ideologia do nacionalismo, mesmo com toda diversidade de religião, de tamanho do espaço compartilhado por comunidades multiétnicas, de diferentes credos e que usam diferentes línguas, na construção de uma nação. Não se questiona aqui a invenção de identidades ou recriação de nações, implicando alteração de territórios e de Estado. Importa verificar se o nacionalismo é um elemento perene de poder, na medida em que sempre pode ser acionado como estratégia política capaz de formar e destruir Estados.