Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Watarai, Felipe |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59137/tde-27012011-154253/
|
Resumo: |
Esta pesquisa teve como objetivo analisar as formas de relacionamento de adolescentes e jovens de famílias recompostas de camadas populares, filhos de união anterior da mãe, com quem moravam e que se encontrava em nova união, consensual ou formalizada. Procurou-se descrever e analisar as relações vividas pelos sujeitos com a mãe, com seu parceiro, com parentes de ambos, com o pai biológico, com parentes paternos, com irmãos consangüíneos, uterinos e agnáticos, e também com filhos de uniões da madrasta e do padrasto, seus quase-irmãos. Cabe destacar que os relacionamentos com esses diversos parentes não se restringem ao espaço da moradia. Como conseqüência dessa multiplicidade de novos vínculos, muitos deles sem termo específico para definir o parentesco, objetivou-se pesquisar os estatutos atribuídos aos diferentes integrantes dessas famílias. Além disso, investigou-se como ocorreu a prática socializatória dos sujeitos, incluindo as diversas pessoas que participaram mais ativamente desse processo. Para essa pesquisa, foram entrevistados 11 adolescentes e jovens de ambos os sexos, entre 14 e 20 anos, de dez famílias recompostas. A partir das transcrições das entrevistas, foi efetuada análise qualitativa dos dados, tendo como referência trabalhos nas áreas da Antropologia e da Psicologia. A análise objetivou apreender situações em comum, bem como diferenças entre elas, vividas pelos sujeitos em suas famílias, a fim de se descrever o conjunto de seus relacionamentos de forma mais integrada. Os dados foram contrapostos à literatura da área, a fim de levantar semelhanças e divergências com ela, e foram interpretados à luz dessas ferramentas teóricas. A análise dos relatos dos sujeitos aponta a centralidade da mãe nos arranjos familiares, indicando maior proximidade com ela. Devido a essa centralidade, os parentes maternos são os mais presentes no cotidiano dos sujeitos, em detrimento dos parentes paternos e do padrasto. Como esse não tem parentesco consangüíneo com os enteados, é considerado por eles como parente menos importante. Mesmo assim, a relação que o padrasto tem com a mãe dos enteados e o convívio cotidiano com eles tende a fazer com que, em alguns casos, ele seja visto \"como um pai\", especialmente quando participou da socialização dos sujeitos durante sua infância. Por sua vez, a relação dos sujeitos com vários tipos de irmãos apresenta um estatuto mais estável e claro. Quando meio e quase-irmãos moram na mesma casa e convivem por períodos relativamente longos, tendem a ser classificados como irmãos, da mesma forma que seus irmãos biológicos. Do conjunto da análise dos dados pode-se constatar a imensa complexidade dos relacionamentos nas famílias recompostas, a tensão entre parentesco consangüíneo e aquele socialmente criado e a extensão de formas de relações geradas pelas diferentes uniões de pais e padrastos e que se espraiam para além da unidade doméstica, constituindo verdadeiras constelações familiares. |